Hacker americano preso no Brasil admitiu fraude eletrônica de R$ 14,8 milhões

Hacker americano Michael Knighten, preso em SC, admitiu fraude eletrônica de R$ 14,8 milhões Divulgação/PF

O hacker Michael Knighten, de 58 anos, se declarou culpado de fraude eletrônica nesta segunda-feira, de acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O americano foi extraditado do Brasil em junho do ano passado, após ter sido preso na cidade catarinense de Blumenau, onde levava vida de luxo. Ele é acusado de aplicar golpes por email e ter causado prejuízo de US$ 3 milhões (valor equivalente a R$ 14,8 milhões) em suas vítimas.

No Brasil, o hacker usava o nome de Michael Sabatine. O acusado era procurado pela Interpol e por aplicar golpes conhecidos como phishing para obter informações e causar prejuízos financeiros à empresas.

Knighten usou seu pseudônimo em emails para empresas, como a Bennu Oil and Gas Company, sediada em Houston, para solicitar pagamentos. Ele se fez passar como o diretor financeiro da Ceona Offshore, na ocasião, apenas neste golpe ele fez a vítima realizar uma transferência bancária no valor de US$ 651 mil (equivalente a R$ 3,2 milhões) para uma conta em um banco de Portugal.

Depois de fazer esse pagamento, a Bennu Oil and Gas Company descobriu a fraude e conseguiu congelar parte dos fundos, mas ainda assim sofreu uma perda de $ 224.000 (R$ 1,1 milhão).

Ao admitir as fraudes, Knighten confirmou que as empresas fraudadas sofreram perdas totais de mais de US$ 3 milhões. O hacker pode pegar até 20 anos de prisão e uma multa de US$ 250 mil.

Vida de luxo

Knighten vivia há pelo menos um ano em um apartamento de alto padrão situado na cidade de Blumenau, quando teve sua prisão efetuada em 27 de outubro de 2017 pela Polícia Federal. Na ocasião, os agentes apreenderam um carro avaliado em meio milhão de reais, cerca de R$ 500 mil em espécie, além de drogas e documentos falsos.

O hacker morava com a namorada brasileira. O casal teve suas contas bloqueadas pela Justiça, embora a mulher não tenha sido alvo direto da investigação.

O crime praticado pelo hacker é conhecido como BEC, sigla em inglês para Comprometimento de E-mail Empresarial. Trata-se de um esquema no qual os criminosos enviam uma mensagem de e-mail que parece vir de uma fonte conhecida e de credibilidade, fazendo uma solicitação legítima, mas na verdade busca apenas dados e dinheiro.

Identificação

Knighten foi identificado no Brasil por meio de um exame feito pelos papiloscopistas da Polícia Federal. Os agentes recolheram um copo de vidro usado pelo hacker em uma academia de ginástica.

As digitais foram comparadas com as que haviam sido disponibilizadas pela Interpol, em Washington, e dessa forma a Polícia Federal conseguiu comprovar a real identidade do hacker.

Fonte: O Globo


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