Quais são as profissões com o título de “Doutor”?




No passado, profissionais com uma formação superior, como o caso de Advogados ou Médicos, recebiam imediatamente um pronome de tratamento: “Doutor”. Muitos, evidentemente, seguiam sua formação, até conseguirem um grau de doutorado.

Mas a falta de título, não mudava a regra: se era advogado (extensível a juízes, promotores, procuradores ou delegados) ou médico (e psicólogo), era “doutor”.

Com o passar dos anos, e a popularização de cursos de graduação e pós-graduação, pessoas do meio acadêmico começaram a questionar a titulação de “doutores sem doutorado”.

Por outro lado, na linguagem comum, e na linguagem protocolar de hospitais e fóruns, o título continuou a ser “dedicado” aos referidos profissionais.

Mas afinal, o que faz de alguém um “doutor”? Para saber mais, leia nosso artigo.

O Doutor: aquele que ensina

Os primeiros intelectuais a serem chamados de “doutores”, por assim dizer, eram os Doutores da Igreja, e essa titulação é anterior ao século 5, embora ela só tenha sido se popularizado posteriormente.

Entre eles temos São Gregório, Santo Agostinho e São Jerônimo.

Por que esses santos receberam esse título – Doutor da Igreja? Porque eles fizeram algo que está na raiz do termo: deram aulas de teologia cristã.

Ou seja, os primeiros doutores eram, na verdade, professores.

O termo vem dessa ideia: alguém que ensina (mais do que “alguém que cura”). A palavra “doutor” vem da Licentia Docendi, uma autorização emitida pelas primeiras universidades europeias (meados do século 9), para acadêmicos que poderiam dar aulas.

O bacharel e o magistrado

Para além do título de Doutor, as universidades medievais tinham, ainda mais duas “categorias”, por assim dizer, o de Bacharel e o de Magistrado.

O título de Bacharel vem de “Bacharel do Rei”, e era usado para se referir a um cavaleiro muito jovem ou sem propriedades.

Com o tempo, virou sinônimo de uma pessoa com diversas formações não acadêmicas. Hoje, dependendo do país, o bacharelado se tornou um sinônimo de graduado – ou seja, quem tem uma graduação.

O magistrado, por sua vez, foi sendo associado ao estudante de Artes e Filosofia, enquanto que o Doutor (aquele com licença para ensinar) foi sendo associado a três áreas principais: teologia Direito e Medicina.

Novas concepções de conhecimento

A partir das reformas culturais Europeias, no século 16, as áreas do conhecimento foram sendo identificadas como “Filosofias”, e as universidades começaram a titular seus especialistas como Philosophiæ Doctor – ou Doutor de Filosofia, o Ph.D.

Assim, um Ph.D. em Direito é um “Doutor em Filosofia [do Direito]”, um Ph.D. em Medicina um “Doutor em Filosofia [da Medicina]” e assim por diante.


E hoje: quem pode ser “Doutor”?

Assim, chegamos a situação atual. Quem, afinal, pode ser doutor?

No Brasil, leis de 1832 assinadas por D. Pedro I reconheceriam que doutores seriam os graduados em universidades que, para obterem seu título, precisariam escrever uma tese – como na ideia inicial de “Ph.D.”

Posteriormente, o conceito de “Tese” também mudou, mas o título continuou. Logo, por tradição juristas e médicos são doutores.


Fonte: pensarcursos.com


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