Projeto social no ES ensina alunos a fabricar violinos e aprender música

Projeto social ensina alunos a fazerem violinos — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Uma arte delicada feita pelas mãos de alunos de um projeto social. A missão deles é esculpir do zero violinos a partir de madeiras doadas. O barulho das ferramentas batendo nas madeiras se transforma, depois de um tempo, em notas musicais. E tudo isso feito de maneira artesanal por alunos do Instituto Preservarte, em João Neiva, no Norte do Espírito Santo.

Além de fabricarem as peças, os estudantes que participam do projeto social têm a oportunidade de aprenderem música, a tocar os próprios instrumentos que fazem com as mãos.

Mais de 500 alunos são atendidos de forma gratuita por ano. O curso tem duração de três anos. Esse é o tempo médio que leva para os produtores de todas as idades, ainda iniciantes, construírem os instrumentos.

"No primeiro ano ele vai conhecer as ferramentas, a madeira. No segundo ano, ele começa a praticar a fazer o instrumento. E no último ano ele vai aprender a montar e fazer o verniz do instrumento", explicou o professor de luteria, Júlio César Vesper.

Milena já foi aluna e agora é monitora voluntária. Ela usou os conhecimentos que aprendeu e abriu um ateliê de produção de violinos.

"Desde pequena eu já tive todo o envolvimento com a musica, meus tios são músicos, têm banda. Hoje, eu posso dizer que eu vivo da luteria", contou Milena Gomes, monitora voluntária.

A luteria diz respeito à construção e manutenção de instrumentos musicais, com foco, segundo a história, em instrumentos de cordas feitos em madeira.

Alunos levam cerca de três anos para aprenderem a fazer o instrumento — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Alejandro é ex-aluno do curso de música e espera virar professor do instituto. O violino era uma paixão da família, que ele só aprendeu a apreciar quando entrou no projeto.

"Acho que música deixa tudo melhor. Quando você entende música, você consegue ver tudo de uma forma diferente. Acho que todo mundo deveria pegar um instrumento que se interessa, pegar um gosto musical, adotar pra você mesmo e, assim, a vida fica bem melhor, mais fácil", comentou Alejandro Reinaldo

O instituto foi criado há 25 anos pelo filho de Marlova Maria Casara. Hoje, ela coordena o projeto junto com a família.

"Começou em uma escola pública aqui em João Neiva e aí a gente foi desenvolvendo até os dias de hoje, com toda essa estrutura que a gente tem", disse Marlova, gestora do instituto.

Alunos depois de fazerem o violino aprendem a tocar o instrumento — Foto: Reprodução/TV Gazeta

O projeto também tem cursos de outros instrumentos, como de ukelelê e violão, além de artesanato, capoeira e até dança.

André é instrutor de violão. Ele espera passar o amor que tem pelo instrumento para os alunos.

"A gente pega lá do início, falando todo procedimento de corda, casa do instrumento. Até pegar uma evolução bacana com eles. A gente vai sempre passando mais", contou o professor Andre Coutinho dos Santos Brasil.

Projeto também dá aulas de outros instrumentos — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Um dos alunos dele é João Bastos. Ele faz aulas há apenas um mês, mas já percebe o impacto que aprender a tocar um instrumento teve na vida dele.

"Meu tio me inspirou, quando eu via ele desde de menorzinho toca violão. Ai eu falei pra minha mãe que eu queria fazer uma aula de violão", disse o aluno João Bastos.

E não são só crianças que participam do projeto. Uma outra turma é para pessoas acima de 60 anos. O professor contou que o benefício com a música não tem idade.

"Eles vem pra conversar, eles chegam mais cedo, às vezes antes, bem antes, pra poder ter mesmo essa convivência. A música é importante nisso, poder unir. Tantas coisas separam e a música une", Fernando Batista, professor de violão.

Turma com alunos com mais de 60 anos — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Fonte: G1


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