No Dia Mundial de Combate ao Colesterol, cardiologista alerta para a necessidade de se ter cuidado com a alimentação
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As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de mortalidade global, de acordo com um recente estudo realizado pela Global Burden of Cardiovascular Diseases Collaboration. Dentre elas, a Doença Arterial Coronariana (DAC) ocupa o topo da lista, sendo responsável por aproximadamente 9 milhões de óbitos anuais.
A DAC é caracterizada pelo entupimento das artérias e tem o colesterol elevado como um de seus principais fatores de risco.
Nesta terça-feira (8) é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Colesterol, data que enfatiza a importância dos hábitos saudáveis que contribuem para o controle da doença e para a prevenção de problemas cardiovasculares.
Segundo o cardiologista Bruno Barros, existe um equívoco comum de que o colesterol alto e as doenças cardiovasculares afetam apenas os pacientes idosos. No entanto, o especialista alerta que os riscos de desenvolver doenças vasculares começam desde cedo, inclusive na infância.
"Cada vez mais, estamos observando descontrole do colesterol em pacientes jovens, o que tem antecipado também os problemas cardiovasculares", afirma o médico, da MedSênior.
O cardiologista destaca que um dos principais agravantes no aumento do colesterol na população em geral e, sobretudo, nos jovens, está a má alimentação.
“A alimentação rica em carnes vermelhas e processadas, bebidas açucaradas, gorduras trans e sódio, ingredientes muito encontrados nos fast foods, por exemplo, é um problema em ascensão que está diretamente associado ao descontrole do colesterol”, afirma.
Ainda segundo dados do relatório da Global Burden of Cardiovascular Diseases Collaboration, estima-se que os riscos relacionados à má alimentação são responsáveis por 6,5 milhões de mortes cardiovasculares no mundo todo.
Prevenção
Para ir na contramão destas estatísticas, o especialista garante que não tem fórmula mágica, mas tem um caminho certeiro que é a prevenção.
“Por isso, é tão importante chamar a atenção das pessoas para os cuidados com a alimentação, desde cedo. E lembrar que nunca é tarde para começar. Você pode começar hoje, inclusive, mudando um hábito de cada vez. Fazendo uma atividade física de 30 minutos por dia ou incorporando às refeições diárias o consumo de frutas, verduras legumes e cereais e reduzindo a ingestão de gorduras saturadas, fast food e alimentos industrializados, em geral”, orienta.
O cardiologista reforça como a atividade física é aliada à prevenção de diversas doenças, incluindo o colesterol, e como tem sido cada vez mais fundamental se exercitar à medida que a alimentação tem ficado cada vez pior.
“Vale lembrar que exercício físico não substitui a alimentação saudável. Não é porque uma pessoa tem uma rotina de atividade física bem estabelecida que ela vai poder consumir fast food rotineiramente, à vontade. Uma coisa não compensa a outra. O equilíbrio que tanto se fala está justamente em aliar as duas coisas: alimentação saudável com atividade física, regularmente”, alerta.
O especialista ressalta que, em casos em que as mudanças de estilo de vida não são suficientes para o controle do colesterol, é necessário fazer uso de medicamentos específicos, mediante indicação médica. Segundo ele, na maioria dos casos, o colesterol alto não apresenta sinais ou sintomas.
“Qualquer pessoa pode apresentar colesterol alto, inclusive crianças, o que torna ainda mais importante a realização de exames periódicos e acompanhamento médico”, diz.
O especialista lembra, ainda, que adotar hábitos saudáveis ao longo da vida, vai garantir um envelhecimento com mais qualidade de vida e menos riscos de doenças.
“Além da alimentação saudável, rica em nutrientes, e da atividade física regular, não fumar e ingerir bebidas alcoólicas apenas esporadicamente são medidas essenciais para prevenir problemas cardiovasculares e outras doenças, o que vai contribuir também para que o paciente envelheça de forma mais ativa e melhor”, pontua.
Fonte: Folha Vitória