Luciano Ribeiro Bueno enviou mensagens de texto, áudio e vídeo com conteúdo sexual para aluna
Fachada da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) / Foto: Reprodução/Redes Sociais
O professor Luciano Ribeiro Bueno, do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, foi demitido após assediar sexualmente uma aluna da graduação. A decisão foi publicada na edição de 9 de agosto do Diário Oficial do estado, após a finalização do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) conduzido pela instituição.
O docente enviou para a aluna mensagens de áudio e de texto com teor sexual. A estudante denunciou o caso à Ouvidoria da universidade em julho do ano passado. Luciano Bueno foi afastado do cargo em agosto de 2022, quando foi iniciado o processo administrativo. O docente atuava desde 2003 como professor do Departamento de Economia da instituição.
Assédio começou como oferta de 'ajuda'
Segundo o processo administrativo, na madrugada de 21 de julho de 2022, Luciano Ribeiro Bueno enviou mensagens para a jovem, questionando sobre o motivo de ela não estar indo para a aula e oferecendo 'ajuda' para ela recuperar uma nota baixa. Ele ofereceu a possibilidade de ela receber novas questões, que poderiam ser respondidas pelo WhatsApp.
A jovem não respondeu. O docente retomou a conversa e perguntou novamente se ela gostaria de receber as questões. A estudante não respondeu mais uma vez. Ele, então, passou a dizer que a aluna o deixa excitado.
"Você sempre olha nos meus olhos. Olha o status. Vai gostar. Vai querer a chance? [...] Deixa prof de r**a dura. Vamos sair? O que quer? Vamos marcar?", escreveu.
A estudante respondeu, pedindo para o homem confirmar a identidade. Luciano respondeu, confirmou e pediu que ela olhasse o status dele no WhatsApp. Nele, o professor exibia o órgão genital. A mensagem podia ser vista por todos os contatos do docente.
O professor ainda convidou a aluna para a ter relações sexuais com ele, por meio de mensagem de áudio e outras mensagens. "O que que você quer para **ter bem gostoso comigo? [...] Vamos me*** bem gostoso comigo?", diziam as mensagens.
A estudante rebateu o assédio e o questionou: "Por um acaso em algum momento eu dei liberdade pro senhor me mandar esse tipo de vídeo, e me fazer esse tipo de proposta?".
Processo administrativo e decisão
O processo administrativo demorou quase um ano para ser finalizado. Segundo o G1, a comissão responsável, formada por três professores, duas mulheres e um homem, enfrentou um impasse para decidir sobre o futuro de Luciano Ribeiro Bueno.
Dois sugeriram suspensão por 60 dias e apenas um opinou pela demissão. O impasse levou o reitor da universidade, Miguel Sanches Neto, a solicitar parecer para a procuradoria jurídica da UEPG. A pasta considerou que haviam provas de assédio sexual e orientou pela demissão de Luciano.
Ao site, a defesa de Luciano Bueno alegou que o professor vivia um "momento extremamente delicado em sua vida particular", em decorrência do luto, da depressão e do uso de remédios "capazes de alterar a psique". O professor também respondeu criminalmente pelo ato e pagará indenização para a vítima. O processo tramita em sigilo e, por isso, o valor indenizatório não foi revelado
O que diz a UEPG
"A Universidade Estadual de Ponta Grossa informa que, a partir de denúncia, foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o professor Luciano Ribeiro Bueno. Uma comissão composta por professores efetivos da UEPG realizou a apuração, de acordo com a Lei Estadual nº 20.656/2021. O professor foi afastado temporariamente pelo departamento de lotação, a partir de 08 de agosto de 2022, ato que foi ratificado pela comissão", diz a nota oficial da universidade.
"Em relação à comunicação entre alunos e professores extra sala de aula, estão disponíveis dispositivos como e-mail institucional; ferramentas em plataformas online da educação a distância, como fóruns e chats, e Google Workspace. Desde 2019, a UEPG intensificou as ações para evitar que casos similares ocorram. Com a criação da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), entre outras atividades, mantém ativa a campanha “UEPG está de olho”, iniciativa que atua contra todas as formas de assédio e discriminação na instituição. A Prae recebe denúncias pelo (42) 3220 3237 (whatsapp) e praeescuta@uepg.br", concluiu.
Fonte: Terra Notícias