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Um vídeo que mostra o impacto das drogas na Filadélfia, no estado americano da Pensilvânia, viralizou nas redes sociais esta semana. Por lá, o bairro de Kensington é famoso por ser um mercado de drogas a céu aberto. Mas a região não é a única que esta enfrentado essa “epidemia” de fentanil e xilazina. A cidade de São Francisco, na Califórnia, está perto de superar o recorde anual de mortes por overdose.
De acordo com o jornal "San Francisco Chronicle", que cita dados de relatórios do médico legista-chefe da cidade, entre 1º de janeiro e 31 de agosto de 2023, houve 563 mortes por overdose em São Francisco. A previsão é que o local atinja a marca de 845 falecimentos em decorrência do abuso de "drogas zumbi", superando o recorde de 725, registrado em 2020.
— Há tanto fentanil que contaminou outras drogas vendidas nas ruas, como metanfetamina e crack. Está em tudo — afirmou à Fox News Tom Wolf, ex-usuário de drogas e atual ativista pela reabilitação, da recuperação, à Fox News. — Vejo sofrimento e desespero em muitos quarteirões.
Veja foto da crise de overdoses nas ruas de São Francisco
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Para Wolf, a "epidemia" atual é consequência da maior quantidade de fentanil à disposição nas ruas. Uma pessoa que vive nas ruas disse ao "San Francisco Chronicle" que precisou acudir quatro pessoas no período de uma semana e meia, com massagem cardíaca enquanto os serviços de emergência eram acionados para ministrar o medicamento Narcan, que combate a intoxicação por opioides.
Dados dos relatórios do médico legista-chefe de São Francisco apontam que, das 563 mortes por overdose, 456 envolveram o uso de fentanil. Janeiro e agosto foram os meses com mais mortes, 84 cada (quase três casos por dia).
Em 2017, 36 das 222 mortes por overdose envolveram fentanil, segundo o Departamento de Saúde Pública da cidade americana.
Medicamento de uso veterinário, a xilazina é uma substância de baixo custo utilizada para sedar animais como cavalos, bois e outros mamíferos. Mas, com objetivo de aumentar os lucros, traficantes têm misturado o fármaco a outras drogas letais, como é o caso do fentanil, nos Estados Unidos.
Em abril, o governo americano classificou o sedativo xilazina como uma “ameaça emergente” à saúde pública do país. O opioide é 50 vezes mais forte que a heroína. Em 2022, dois terços das mortes por overdose nos EUA foram associadas ao sintético. No ano passado, o país bateu recorde de óbitos por uso excessivo de drogas, totalizando 109.680 óbitos. O consumo indiscriminado de xilazina é mais difícil de ser tratado do que o de outros entorpecentes, já que nunca foi aprovado para uso humano.
“A xilazina atingiu a Filadélfia de maneira particularmente severa, causando aumento das mortes por overdose, bem como ferimentos graves que podem levar à sepse e amputação”, disseram o Departamento de Saúde da Filadélfia e a Junta de Saúde em comunicado. À “NPR”, Sarah Laurel, fundadora da organização Savage Sisters, disse que o uso da droga aumentou nos últimos quatro anos.
— E agora estamos lidando com indivíduos que têm úlceras abertas e profundas, infecções, alguns tecidos necróticos, o que leva à amputação — disse Laurel à NPR. — Acho que ninguém sabia que teria esse efeito catastrófico.
Da Redação/ Com informações da O Globo