Mil alunos sem aulas e rota de transporte desviado: veja os reflexos da megaoperação com 6 mortes e 15 presos na Bahia

 

Ação contra facção com atuação no tráfico de drogas e em mais de 30 homicídios na região de Águas Claras, em Salvador, começou nas primeiras horas desta sexta-feira (22).

Mais de mil alunos estão sem aulas no bairro de Águas Claras e a rota do transporte público em Salvador foi desviada tanto no bairro, quanto em Cajazeiras 7, localidade vizinha, por causa da megaoperação realizada pela Polícia Civil da Bahia, que resultou até por volta das 11h15, em seis mortes e 15 prisões de pessoas.

A operação cumpre mandados de prisão, busca e apreensão contra um grupo criminoso com atuação no tráfico de drogas e em mais de 30 homicídios na região de Águas Claras.

A Secretaria Municipal da Educação (Smed) informou, por causa da insegurança, as escolas municipais Eduardo Campos, Cantinho das Crianças, São Damião, Iraci Fraga e Francisco Leite estão com as atividades suspensas nesta sexta-feira. Ao todo, 1.769 estudantes estão sem aula.

Já a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) afirmou que por causa da operação policial, os ônibus do transporte público que operam nos bairros de Cajazeiras 7 e Águas Claras não estão seguindo até os respectivos finais de linha.

Os mandados também são cumpridos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no município de Feira de Santana e no sistema prisional.

Uma das mortes aconteceu em Salvador e a outra em Feira de Santana.

"Esse grupo é responsável por mais de 30 homicídios. É uma operação resultante do trabalho investigativo de mais de um ano conduzidas por equipes do DHPP, que reuniram informações de campo e utilizaram análises de dados de Inteligência e técnicas investigativas modernas, reunindo elementos de prova contra a atuação dos criminosos e permitindo a representação por medidas cautelares de prisão e busca e apreensão contra integrantes da organização", explicou a diretora do DHPP, delegada Andréa Ribeiro.


Onda de violência

A Bahia vive uma onda de violência entre julho e setembro. Veja o histórico abaixo:


30 mortes em confrontos em uma semana
  • Em uma semana, entre 28 de julho e 4 de agosto, 30 mortes em diferentes confrontos com policiais militares foram registrados na Bahia;
  • Por causa das mortes, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, disse que acionou a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos para acompanhar os caso.

Tiroteios em bairros de Salvador
  • Em Salvador, diversas trocas de tiros e ações com 17 reféns liberados fizeram moradores do bairro do Alto das Pombas deixarem suas casas em agosto;
  • No dia 3 de setembro, 11 pessoas foram mortas em confronto com a Polícia Militar e oito foram presas no Alto das Pombas e Calabar, bairro vizinho. Mais de 15 armas foram apreendidas;
  • A madrugada do dia 6 de setembro foi marcada por tiroteios em outros dois bairros da capital baiana: Engenho Velho de Brotas e Nordeste de Amaralina.

Operação com PF e quatro homens mortos
  • Na sexta-feira (15), policiais federais, civis e militares fizeram uma operação para cumprir mandados de prisão contra um grupo criminoso. No local, os agentes foram surpreendidos por integrantes de uma facção que estava prestes a entrar em confronto com um grupo criminoso que atua na região;
  • A operação terminou com um policial federal e quatro suspeitos mortos. Outros dois agentes (um civil e outro federal) ficaram feridos;
  • Desde então, outros 11 suspeitos de participarem do confronto morreram em diversos bairros de Salvador e em Simões Filho. Ao todo, foram 14 suspeitos e um policial federal mortos, confirmados pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia.

Ações de combate ao crime organizado

A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e a Polícia Federal se reuniram no sábado (16), para discutirem ações de combate ao crime organizado e ampliação de esforços para que sejam encontrados todos os suspeitos de envolvimento no confronto que resultou na morte do policial federal Lucas Caribé.

Na reunião, que aconteceu no Centro de Operações e Inteligência (COI) da SSP, situado no Centro Administrativo da Bahia (CAB), estiverem presentes o secretário da Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, o diretor Executivo da PF, Gustavo Paulo Leite de Souza, o diretor de Inteligência da PF, Rodrigo Morais Fernandes, o superintendente Regional da PF na Bahia, Flávio Albergaria, e integrantes das Polícias Militar e Civil. Eles discutiram novas ações de inteligência e de repressão qualificada.

De acordo com Werner, todos os recursos estaduais e federais estão disponíveis. Ele destacou que o trabalho integrado entre a SSP-BA e a Polícia Federal está focado no combate às facções criminosas.

Desde agosto, a Polícia Federal participa de operações na Bahia como parte de um acordo de cooperação entre o governo estadual e federal para reprimir a criminalidade no estado.

O grupo criminoso se escondeu em uma região de mata fechada, do bairro periférico da capital baiana, de acordo com a secretaria da segurança da Bahia.


Da Redação/ Com informações do G1



Postagem Anterior Próxima Postagem