Vítima de feminicídio era monitorada pela família após separação: 'A única oportunidade que ele teve, realizou o que vinha prometendo'


Rayssa de Sá foi assassinada a tiros pelo ex-esposo na quinta-feira (21), em Belém, no Agreste da Paraíba.

Rayssa Kathylle de Sá Silva, de 19 anos, foi vítima de feminicídio na início da noite da quinta-feira (21)

O irmão de Rayssa de Sá, vítima de feminicídio pelo secretário de Comunicação do município de Belém, no Agreste da Paraíba, afirmou que a família não deixava ela sair sozinha para proteger a estudante, desde a separação do casal. A jovem registrou em boletim de ocorrência e conseguiu uma medida protetiva contra Betinho Barros uma semana antes do crime. Ela passou a viver na casa dos avós, junto com a filha de 1 ano e 3 meses, que também é filha do secretário.

“A gente não deixava ela ir pra faculdade só, sempre acompanhada, dentro de casa sempre tinha alguém. A única oportunidade que ele teve, ele realizou o que vinha prometendo fazer”, afirmou Renan de Sá.

O outro irmão da vítima, Remysson de Sá, que trabalha na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), relata que sempre dava um jeito de acompanhar Rayssa até mesmo no campus onde ela estudava. Em todos os momentos, um familiar de Rayssa estava com ela.

“Ela voltava junto comigo todos os dias para a casa dos nossos avós, onde eu moro junto com eles. Nos dias que ela ia para casa de nossa mãe, o padrasto buscava ela no ponto de ônibus, e quando chegava em casa ficava com minha mãe. Não saía para lugar nenhum, pois estava com medo dele fazer algum mal”, relatou Remysson.

A casa dos avós de Rayssa é na cidade de Guarabira, mas o crime aconteceu na residência da mãe dela em Belém. A polícia não sabe como o secretário Betinho Barros teve acesso ao local. Ele tirou a própria vida após cometer o feminicídio.

A jovem estava cursando a faculdade de direito na UEPB, no campus de Guarabira. Segundo o irmão da vítima a estudante realizava um sonho ao cursar uma graduação e afirmou para mãe, na mesma semana do crime, que estava realizada.

“Estudiosa, dedicada, realizou um sonho. Ela disse pra minha mãe essa semana: mãe, eu não peço mais nada para o meu Deus, ele já me deu tudo o que eu queria. Uma família e minha faculdade. Eu sempre sonhei em ser doutora… e ela tava realizando”, destacou Renan de Sá.

 De agressões verbais para agressões físicas.

Ainda segundo Remysson, a relação entre Rayssa e o marido no começo era tranquila, mas depois Bentinho começou a tratar sua irmã de forma grosseira. As agressões verbais evoluíram para as agressões físicas. Em relato ao g1, o irmão afirma que a vítima foi empurrada contra a parede e chegou a ser agredida com um cabo de vassoura.

Rayssa decidiu pedir o divórcio e voltar para a casa dos familiares, após uma agressão que a deixou inconsciente.

Ele começou a ameaçar ela. Onde ela ia, ele ia atrás. Ele entrou na casa da minha mãe e ameaçou matá-la, disse que ia vender tudo e comprar uma arma, e foi o que ele fez”, lamenta Remysson irmão da vítima.

Raysa deixa também uma filha de 5 anos, que não era filha do acusado.



Da Redação/ Com informações do G1



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