Homem que matou namorada é condenado a 40 anos de prisão no Norte do ES


Vítima foi assassinada no dia do próprio aniversário; briga entre o casal foi motivada por cervejas, segundo as investigações

O homem acusado de matar a namorada no dia do aniversário dela em Linhares, região Norte do Espírito Santo, foi condenado pela Justiça a 40 anos de prisão em regime fechado. Além disso, ele deve fazer o pagamento de R$ 100 mil aos três filhos da vítima. O julgamento ocorreu na quarta-feira (8), no Fórum da cidade.


Briga motivada por cerveja

O crime ocorreu em 2021, no bairro Interlagos, quando o açougueiro Alcimar Domingos golpeou 11 vezes a salgadeira Érica de Souza Prates com uma faca durante uma discussão iniciada por causa de cerveja. Segundo as investigações, o casal começou a discutir porque Alcimar queria comprar mais bebidas e Érica não deu mais dinheiro.

A vítima comemorava 33 anos de vida naquele 10 de outubro. O crime — que gerou grande comoção na cidade — foi cometido na frente dos filhos da vítima. Em um primeiro momento, o açougueiro fugiu, mas, dias depois, procurou uma delegacia e confessou ser o autor.


"Cruel, frio e opressor"

Na decisão, o juiz Tiago Camata considerou que “o réu revelou uma faceta da personalidade imensuravelmente promíscua e de comportamento extremamente perverso, covarde, cruel, frio e opressor. O acusado demonstrou claramente comportamento doentio e possessivo, em verdadeiro ato de desprezo, como se a vítima fosse um ‘mero objeto’ de sua propriedade”.

À esquerda, Érica, morta a facadas no dia do aniversário dela. À direita, Alcimar, o autor do crime. (Montagem | A Gazeta)

Ainda segundo a decisão, “o motivo do crime, embora reprovável, já configura a agravante do motivo fútil. As circunstâncias do crime são totalmente desfavoráveis, uma vez que a vítima foi assassinada no dia do próprio aniversário – circunstância, a propósito, que, certamente, marcará eternamente tal data na mente dos familiares”, destacou o juiz.


A privação dos filhos

Dos três filhos de Érica, dois eram menores de idade na época do crime — um de 13 e outro de 6 anos. “Os quais foram privados de um direito fundamental na relação materno-filial, sendo possível aferir, ainda, que, em razão da tenra idade, a criança terá poucas recordações da própria mãe”, consta no documento. A irmã da vítima informou durante o julgamento que o filho mais novo faz tratamento psicológico, utiliza remédio para dormir e reclama de pesadelos.

A defesa afirmou que considera a pena exagerada para o caso e que irá recorrer da decisão.

O condenado está preso desde o dia 18 de outubro de 2021 na Penitenciária Regional de Linhares (PRL).


Da Redação / Com informações de A Gazeta 



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