Com um dia de vida, Ravi foi levado da Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Centro do Rio, na madrugada desta quarta-feira. Horas depois, ele foi encontrado na Tijuca. Suspeita foi presa
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_1f551ea7087a47f39ead75f64041559a/internal_photos/bs/2023/2/x/3FWJKxRvmzeA9f5vk7NA/whatsapp-image-2023-11-01-at-09.30.41.jpeg)
As primeiras 24 horas de vida do recém-nascido Ravi já foram “para sentir o clima do Rio de Janeiro”. Quem diz isso é o pai da criança, Matheus Cunha, de 26 anos, depois de chorar e comemorar que o filho foi encontrado. Nascido na madrugada do dia 31, o bebê sumiu da enfermaria em que estava após a mãe, Nívea Maria Rabelo Moreira, de 27 anos, o amamentar e o colocar no berço. Na porta da Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Centro do Rio, o clima é de comemoração desde as 8h20, quando chegou a notícia de que Ravi foi encontrado.
"Muito feliz graças a Deus, estou completo. Meu primeiro filho. Foram horas desaparecido," diz Matheus, que é pai pela primeira vez.
A comemoração e semblantes de alegria tomaram conta de quem chegava à porta da maternidade. Patrícia Cunha, avó da criança, era quem estava de acompanhante quando o neto desapareceu. Ela, que voltou da delegacia comemorando a prisão, sorri ao dizer que Ravi já está mamando.
"Foi o momento de cochilo da gestante e do acompanhante, os bebês em silêncio no quartinho. Foi um prazo de 10, 15 minutinhos de cochilo. Quando nós acordamos para ele mamar, não estava mais no bercinho", conta a avó, que define o dia como “um trauma para uma vida inteira”. A maternidade é um lugar onde você acredita que está seguro, que a gestante acabou de ter o filho e não tem condição de cuidar e está sob o cuidado de pessoas. Você se deparar com uma situação dessas é desesperador, inaceitável.
Segundo a família, nesta madrugada, pouco antes das 2h, Nívea Maria amamentou Ravi e o colocou no berço. Eles estavam numa enfermaria da maternidade. Após cochilar rapidamente, Nívea acordou e já não viu o filho. Ela e a sogra, Patrícia, que a acompanhava à noite, o procuraram pela enfermaria e ao descobrirem que o bebê não estava lá, acionaram a polícia.
O avô paterno, Davi Figueira, de 46 anos, conta que acordou de madrugada com a ligação da esposa, da maternidade. Nesta manhã, na porta da unidade, emocionado, ele agradecia:
"Acabamos de receber a notícia que a criminosa foi presa em flagrante com o Ravi, na Tijuca. Em seguida, (depois da delegacia) vai vir para a maternidade fazer os exames. Ravizinho foi encontrado", conta o avó de Ravi
Mulher presa
Imagens das câmeras de segurança registraram uma mulher na maternidade por volta de 1h50. Ela está com uma mochila nas costas e duas bolsas, uma em cada mão. A mulher parece perdida num dos corredores da unidade, sem saber por onde ir, como mostrou o vídeo.
Segundo a polícia, a mulher teria dito a enfermeiras que acompanhava uma paciente que estava em um dos quartos. No entanto, o local estava vazio, sem internações. Com a divulgação das imagens, PMs chegaram até ela, identificada como Cauane Malaquias da Costa. Ainda não se sabe como a suspeita entrou na unidade de saúde. O delegado Mário Jorge Andrade, titular da 4ª DP (Praça da República), à frente do caso, vai ouvi-la ainda esta manhã.
Em nota, a Polícia Militar afirma que agentes da UPP Borel estavam em patrulhamento na comunidade do Borel, na Tijuca, Zona Norte do Rio. A equipe recebeu uma denúncia informando o paradeiro da sequestradora e, após buscas, o bebê e a suspeita foram localizados. Imagens mostram o momento em que a mulher é levada por um dos agentes e Ravi, deitado num bebê conforto, é carregado por outro PM.
Suspeita é presa horas depois de levar bebê de maternidade no Centro do Rio
A suspeita foi presa e encaminhada para a 4ª DP, para prestar depoimento. Ravi foi levado de volta para a maternidade para passar por exames e reencontrar a família.
Agentes da Polícia Civil chegaram à porta da maternidade às 9h, momento em que o bebê era entregue de volta para a mãe. O pai, Matheus Cunha, foi chamado por funcionários para ir ao quarto da unidade de saúde.
Já ao lado da nora e do neto Ravi, Davi agradeceu pelo apoio e pelo trabalho das equipes em encontrar e devolver o bebê para a família. Emocionado, ele mostrou a equipe médica reunida e o recém-nascido de volta aos braços da mãe.
"Isso é uma prova viva que Deus é fiel sempre, e que não abandona os seus. Toda a equipe médica está aqui agora cuidando dele. Agradeço a todos vocês, da saúde, da equipe da mídia, os policiais que estiveram envolvidos nessa ocorrência e se empenharam para estar trazendo o nosso Ravi de volta. Nosso muito obrigado", disse o avô.
Ravi nasceu de parto normal, após uma gestação de risco, que durou 37 semanas. Ele nasceu na Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Centro do Rio, ontem, terça-feira, dia 31, e foi levado horas depois, no início da madrugada desta quarta-feira.
O que diz a maternidade
A Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Hollanda, da Prefeitura do Rio, informou, por meio de nota enviada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que a unidade "acionou imediatamente a polícia e, com as imagens das câmeras de segurança, os policiais identificaram e prenderam a suspeita. O recém-nascido foi recuperado e já está com os pais. Mãe e bebê estão bem e terão alta em breve".
O comunicado ainda afirma que "os protocolos de segurança da unidade serão revisados e mudanças que sejam consideradas necessárias serão adotadas. Mais informações sobre as investigações devem ser solicitadas à Polícia Civil", diz o comunicado.
Da Redação/ Com informações Extra Jornal