Crescimento industrial no ES é 4 vezes maior em relação ao Brasil


Dados do Observatório da Indústria da Findes mostram cenário positivo para a economia do Espírito Santo; em contrapartida, números da agropecuária preocupam

Os três primeiros trimestres de 2023 foram considerados positivos para a economia capixaba, segundo dados do Observatório da Indústria, organizado pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). Tanto o setor industrial e o comércio obtiveram saldos positivos. Em contrapartida, a agropecuária teve recuo significativo.

Segundo informações do Indicador de Atividade Econômica (IAE), entre os setores que movimentam a economia (indústria, serviços e agropecuária), quando comparado à média nacional, a indústria no Espírito Santo mais que quadruplicou. Enquanto no Brasil, de janeiro a setembro, a indústria cresceu 1,2%, no Estado, esse aumento foi de 5,8%.

O setor de serviços — que engloba, também, o comércio — obteve o mesmo aumento de 5,8% no Estado. Já no cenário nacional, esse setor aumentou 2,6%.


Setor extrativo é responsável por 18,6% do PIB do Espírito Santo

Entre os setores da indústria que obtiveram saldo positivo no Espírito Santo, destaca-se a indústria extrativa (como mineradoras), com crescimento de 20%, seguida da área de energia e saneamento, com saldo de 3,3%.

De acordo com a economista-chefe da Findes e gerente executiva do Observatório, Marília Silva, o crescimento do setor extrativo foi de extrema relevância para o indicador final.

"Estamos falando do setor extrativo, como pelotização. São setores que acabam tendo uma atuação fora do país, com a exportação. Então, movimentam boa parte do que é produzido no Espírito Santo. Em relação ao PIB capixaba, só a indústria extrativa representa 18,6%. Esse crescimento de 20% nos três primeiros trimestres deste ano foi significativo para afetar o indicador final, que ficou acima da média do Brasil", afirma.


Em relação ao setor de serviços, o desempenho positivo foi impulsionado por todas as atividades que o compõe. São elas: comércio (6,4%), transportes (4,6%) e demais atividades de serviços (5,7%).

No entanto, o resultado foi negativo para a agropecuária, com queda de 7,6% devido à queda de 11,7% na agricultura. De acordo com a economista, o que contribui para a queda do setor foram as mudanças climáticas do ano.
"Principalmente em relação à produção de café. Estamos em um ano de bienalidade negativa. Mas também tivemos a estiagem, que acabou afetando esse processo, que envolve a floração do café. Somando a isso, temos as intensas mudanças climáticas. Tudo isso afetou o setor da agropecuária", explica Marília Silva.


Findes prevê volta do crescimento da agropecuária para o encerramento de 2023

Com a queda nos três primeiros trimestres do ano, a projeção da Findes para os meses de outubro e dezembro é de crescimento de 3,2% do setor da agropecuária.

Os demais setores também possuem projeções de alta, como o setor industrial, com expectativa de crescimento em 6% e o setor de serviços, com uma projeção mais tímida em relação aos demais setores, com 2,8% para o encerramento do ano.

No entanto, todas as projeções estão acima do que espera a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), que estimou crescimento, para o Brasil, de 0,2% para agropecuária, 0,9% para as indústrias e 1,9% para o setor de serviços. 


Para o próximo ano, a presidente da Findes, Cris Samorini, aponta as expectativas para melhoria do cenário econômico.

"Temos que olhar para a economia como um todo. Para 2024, o nosso desafio é a redução da taxa de juros. Iremos batalhar muito para isso. Também redução do spread bancário. Iremos atuar muito para termos condições de melhorar o cenário doméstico, também buscando a reforma administrativa para o ano que vem. Vamos trabalhar nessa vertente", afirma Cris Samorini.
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