Três cidades da Baixada Fluminense registraram em dois dias a média de chuva de todo o mês de janeiro


Mesquita, Nilópolis e São João de Meriti tiveram um volume entre 260 mm e 275 mm no sábado (13) e no domingo (14). Meteorologista do Cemaden definiu a chuva como 'histórica' pelo volume.


Três cidades da Baixada Fluminense registraram, em dois dias, mais chuva do que a média do mês de janeiro. As cidades de Mesuita, Nilópolis e São João de Meriti tiveram um volume entre 260 mm e 275 mm no sábado (13) e no domingo (14), de acordo com as medições do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. A média para o mês está entre 220 mm e 260 mm, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

De acordo com a Climatempo, a chuva começou de forma localizada na manhã do último sábado, mas ganhou força a partir da tarde, continuando por toda a madrugada de domingo e diminuindo durante a manhã.

Pelo menos 11 pessoas morreram e uma mulher segue desaparecida após o carro onde ela estava cair no Rio Botas, em Belford Roxo.

Durante entrevista para a GloboNews, Marcelo Seluchi, meteorologista e coordenador de operações e modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), definiu a chuva que caiu no fim de semana como "histórica" e disse que nenhuma cidade do mundo suportaria um volume parecido.

“Derivou numa chuva que podemos caracterizar como histórica. Choveu mais de 200 mm em 6 horas, quase 240 em 24 horas, são chuvas muito muito intensas. Sobre a questão das cidades, as cidades não estão preparadas para volumes desse tipo. Provavelmente nenhuma cidade do mundo conseguiria suportar uma chuva de mais de 200 milímetros em 6 horas”, disse Seluchi.


A Baixada Fluminense ainda registra pontos de alagamento. Ao g1, o presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Philipe Campello Costa Brondi da Silva, informou que agentes do órgão estão em vários pontos da Baixada Fluminense com máquinas e verificando possíveis novos problemas que faz com que a água não escoe em cidades da região.

“A maré está alta e isso é um dos problemas. Estamos percorrendo a Baixada para entender se há outros problemas e quais são para resolvermos. O volume de chuva no Rio de Janeiro foi muito grande. Foram mais de 260 milímetros de chuva em 24 horas. Isso equivale a um mês inteiro de janeiro em um único dia”, disse Campello.

Um dos pontos de alagamento é o bairro Amapá, em Duque de Caxias. Moradores circulavam com água acima da cintura na manhã desta segunda-feira (15).


Risco de deslizamento

O Governo do Estado do Rio de Janeiro montou um gabinete de crise no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Centro da capital fluminense, para a elaboração de estratégias conjuntas para lidar com os efeitos da chuva.

De acordo o Governo do Estado, 8 municípios ainda correm risco de registro de deslizamentos. Neste momento, eles são classificados como alto risco. São eles: Seropédica, Rio de Janeiro, São João de Meriti, Nilópolis, Mesquita, Duque de Caxias, Niterói e Queimados.


Capital


A cidade do Rio de Janeiro também registrou altos níveis de chuva. De acordo com os dados do Alerta Rio, os bairros de Anchieta e Irajá, na Zona Norte, registraram cerca de 40% e 25% a mais, respectivamente, do que o volume esperado para o mês de janeiro.

Em 24 horas, Anchieta teve 266,4 mm de chuva. Irajá, no mesmo período, teve 213,6 mm.


Previsão

As temperaturas voltam a aumentar nesta segunda-feira (15). Combinadas com a umidade ainda elevada, favorecem as pancadas de chuva isoladas à tarde e à noite, que podem voltar a ocorrer de forma forte e localizada no Grande Rio.

Embora não haja expectativa de chuva generalizada e volumosa, ainda há risco de alagamentos de vias, transbordamento de rios e até mesmo deslizamentos.


Da Redação/Com informações do G1 RJ




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