De 10 pessoas que moram na mesma casa, 7 pegaram dengue: 'Esperamos que a vacina venha, porque não está nada fácil'

No Rio Grande do Sul, Tenente Portela registrou recorde de casos em todo o estado. No principal posto de saúde da cidade, o número de atendimentos chegou a ser 10 vezes maior do que o normal.

Hospital em Tenente Portela, no RS — Foto: Reprodução/TV Globo

De 10 pessoas que moram na mesma casa no RS, 7 pegaram dengue

No principal posto de saúde da cidade, o número de atendimentos chegou a ser 10 vezes maior do que o normal, com bebês, crianças, adolescentes e idosos lotando a sala de espera. Veja no vídeo acima.

“Nós nunca tivemos uma demanda tão grande da dengue igual agora nesse ano de 2024. O que a gente percebe é que os sintomas da dengue estão extremamente fortes, vamos dizer assim”, disse uma profissional da saúde.

Na unidade de saúde, Isabelle da Silvia, de 11 anos, tomava soro pela primeira vez. Ela reclamava de dor de barriga, enjoo e fraqueza.

“Eu fico a maior parte do tempo deitada na cama, porque eu não consigo ficar de pé, se não me dá tontura e ânsia de vômito, e eu vou correndo para o banheiro vomitar”, diz menina.

Seu pai, Romário da silva, também precisou receber medicação na veia. “Esta semana, eu trabalhei um dia e meio só, não é fácil”, ressalta Romário.

Na casa da família, quase todos estão em tratamento contra a dengue. Das 10 pessoas que moram na residência, 7 já tiveram diagnóstico positivo para a dengue.

A mãe de Isabelle, Elisete, acabou de se recuperar da doença e diz ter esperança de que uma vacina em breve traga alívio para a situação desafiadora. Cidades menores estão fora da previsão de receber vacina contra a dengue do Ministério da Saúde ainda este ano.

"A gente ouviu falar da vacina, mas não sabem vai vir para cá ou não. Esperamos que a vacina venha para dar uma acalmada, porque realmente não está nada fácil", afirma Elisete.

Criação de comitê de crise para elaborar estratégias de combate ao mosquito

Após surto de dengue, agentes de saúde fazem vistorias em casas de Tenente Portela (RS)

Diante da gravidade do cenário, foi criado um comitê de crise para elaborar estratégias de combate ao mosquito Aedes aegypti.

"Para esse momento que está tirando o sono e que todas as políticas que estão sendo feitas não se debelam", diz Rosemar Antônio Sala, prefeito de Tenente Portela.

Ainda de acordo com Rosemar, a questão da mudança climática também influencia cenário. "Além da chuva em excesso, nós tivemos julho e agosto sem nenhum dia frio e o frio é um controlador dos insetos".

A reportagem flagrou um carro do Ministério da Saúde espalhando inseticidas pelas ruas.

Carro fumacê do Ministério da Saúde espalha inseticidas pelas ruas do RS — Foto: Reprodução/TV Globo

Além disso, a equipe acompanhou o trabalho de agentes de saúde passam de casa em casa para conscientizar a população e eliminar possíveis criadouros.

Em um local, agentes encontram uma caixa d'agua com muita água suja parada, que estava servindo de criadouro para diversas lavras de mosquitos. Os trabalhadores fizeram a retirada da água e uma limpeza na caixa. Veja no vídeo acima.

Enchentes e altas temperaturas atípicas provocam surto de dengue em Barra do Guarita

Na vizinha de Tenente Portela, Barra do Guarita, no extremo noroeste do Rio Grande do Sul, as altas temperaturas e os vestígios deixados pelas enchentes de fortes chuvas de 2023 ajudaram a provocar um surto de dengue.

A pequena cidade gaúcha que tem apenas 3 mil habitantes foi a primeira do estado a identificar um surto de dengue no estado. Em pouco tempo, cerca de 10% dos três mil habitantes foram diagnosticados com a doença

"Começou na cidade, e aí venho para o interior e foi indo, indo e olha que no interior foi péssimo também", ressaltou a aposentada, Araci Rodrigues.


Fonte: G1



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