Quem é Claudecy Lemes, pecuarista que gasto R$ 25 milhões em ‘desmate químico’ no Pantanal

O pecuarista Claudecy Oliveira Lemes. Foto: reprodução

O pecuarista Claudecy Oliveira Lemes, proprietário de 11 fazendas em Barão de Melgaço, Mato Grosso, é acusado de desmatar uma extensa área do Pantanal para plantar capim e fazer pasto para boi.

Durante três anos, Lemes aplicou herbicidas em larga escala, conforme revelado por notas fiscais apreendidas, resultando em um gasto impressionante de R$ 25 milhões somente em agrotóxicos.

Vale destacar que as áreas desmatadas abrangem 80 mil hectares, equivalente ao tamanho da cidade de Campinas, em São Paulo.

A investigação teve início em 2022 após denúncias de que uma propriedade rural em Barão de Melgaço, que fica localizada a cerca de 110 km de Cuiabá, estava utilizando agrotóxicos na região do Pantanal para promover a limpeza de vegetação nativa, conhecida como “desmate químico”.

Segundo informações da Secretaria, o pecuarista utilizou 25 tipos diferentes de agrotóxicos, incluindo um com a substância 2,4-D, semelhante à presente no infame “agente laranja”, utilizado pelos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã. Este herbicida era empregado para desmatar florestas e expor soldados inimigos escondidos sob a vegetação.

Agora, as propriedades de Claudecy serão administradas por uma empresa designada pela justiça até a conclusão das investigações sobre o crime ambiental.

Quem é Claudecy Oliveira Lemes?

Ele já é réu em dois processos: tentativa de alteração do curso natural de um rio e desmatamento ilegal em área de especial preservação. Desde 2019, acumula 15 autuações por danos ao meio ambiente no Pantanal.

No período em que realizava desmatamento químico, Claudecy estava legalmente obrigado a realizar a recuperação da vegetação nas áreas de suas fazendas, conforme acordo firmado com o Ministério Público.

Embora ainda não seja possível estimar a pena que ele pode enfrentar se for condenado, as multas já estão quantificadas: totalizam quase R$ 2,9 bilhões. Além disso, Claudecy terá que arcar com os custos de reparação dos danos ambientais causados ao Pantanal, estimados em mais de R$ 2,3 bilhões para a recuperação da vegetação.

A polícia também busca responsabilizar o piloto do avião utilizado para a pulverização dos agrotóxicos, Nilson Costa Vilela, e o agrônomo Alberto Borges Lemos, acusado de selecionar os produtos desse “coquetel de venenos”.

Os advogados de Claudecy Oliveira Lemes afirmam que ele tem cumprido o acordo de reposição florestal estabelecido com o Ministério Público de Mato Grosso.

Por sua vez, o advogado do piloto Nilson Costa Vilela alega que seu cliente aplicou sementes nas fazendas mencionadas no inquérito, negando as acusações de despejo de agrotóxicos para desmatamento químico.

Fonte: Diário do Centro do Mundo


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