Adolescente suspeito de matar família de vizinhos agrediu a própria mãe após ficar sem celular e teria levado aparelho das vítimas, diz delegado

Jovem de 15 anos era investigado como principal suspeito de triplo homicídio em Agudos (SP) e foi encontrado morto em um prédio abandonado em Bauru (SP), na segunda-feira (27).

Casal e genro foram assassinados em Agudos (SP) — Foto: Arquivo pessoal

O adolescente de 15 anos encontrado morto e tido como principal suspeito de ter assassinado um casal de idosos e o genro deles, em Agudos (SP), agrediu a mãe dias antes do triplo homicídio por ela ter tirado o celular dele, e teria ficado com um dos aparelhos das vítimas do crime.

De acordo com o delegado Marcos Jefferson, responsável pela investigação, o adolescente era vizinho das vítimas e desapareceu logo após a localização dos corpos de Joana de Fátima Sanches Carrasco, de 70 anos; Aparecido Roberto Carrasco, de 74 anos; e do genro deles, o autônomo Valdinei de Sousa, de 57 anos.

O menor de idade foi encontrado morto, na manhã de segunda-feira (27), em um prédio abandonado na Vila Regina, em Bauru (SP), e, segundo a Polícia Militar, com ferimentos nas costas. A identidade dele ainda não foi revelada. A polícia não sabe se foi acidente, suicídio ou homicídio.

Em depoimento à Polícia Civil, a mãe e a irmã do adolescente contaram que o jovem era usuário de drogas e apresentava comportamento agressivo, além de misturar o consumo de álcool com remédios.

Segundo o delegado, dias antes do crime, o adolescente agrediu a mãe por ela ter retirado o celular dele. Durante a investigação, outras testemunhas contaram, ainda, que viram o jovem com um celular "velho" e "conservado", possivelmente de uma das vítimas dos assassinatos.

A mãe e a irmã do jovem revelaram, ainda, que ele costumava fazer uso de drogas no telhado da casa, que dá para os fundos da residência das vítimas.

A irmã contou que, no dia do crime, escutou passos no telhado e, na sequência, o irmão teria descido, tomado banho, colocado roupas em um saco e saído, voltando 40 minutos depois, quando a polícia já estava na residência das vítimas.

O adolescente permaneceu em casa durante o atendimento da polícia à ocorrência e saiu depois para encontrar um amigo, onde passou a noite de sexta-feira (24) para sábado (25), não sendo mais localizado pela própria família.

Durante o período com o amigo, o adolescente teria gastado R$ 360 em roupas e contou para ele que iria para Bauru, cidade que fica a cerca de 20 km de Agudos. O caso é tratado como latrocínio e segue em investigação pela Polícia Civil de Agudos.


Tragédia

As três pessoas da mesma família foram mortas a facadas na residência do casal de idosos. A polícia foi acionada pela filha de Joana e Aparecido e esposa de Valdinei, que estava preocupada porque o marido saiu de casa para se exercitar sem ter levado o celular.

Vítimas foram encontradas com sinais de violência em Agudos (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Como ela não conseguia contato com o marido e nem com os pais, e Valdinei costumava passar na casa dos sogros após os exercícios, a mulher resolveu ir até a casa deles e encontrou os corpos.

De acordo com o relato da viúva à polícia, cada um estava em um dos cômodos da casa, sendo a mãe na cozinha, o pai na sala e o marido no quarto.

As vítimas apresentavam ferimentos provocados por facadas no pescoço. Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) e liberados para velório e enterro, que foram realizados no sábado (25).

A motivação do crime ainda é um mistério. A polícia informou que não havia sinais de arrombamento no imóvel e nem de que houve algum tipo de luta das vítimas com um suposto autor dos assassinatos.


Sepultamento de familiares mortos com sinais de violência causa comoção em Agudos

Também ainda não foram localizadas imagens de circuito de segurança nem na residência e nem nas proximidades do imóvel. Um princípio de incêndio no fogão também foi registrado.

Segundo os vizinhos dos idosos, a família Carrasco era bem tranquila e nada de estranho já havia sido notado na residência antes do crime. Segundo um dos vizinhos entrevistados pela equipe de reportagem, todos estavam sempre calmos.

O delegado responsável pelo caso, Marcos Jeferson da Silva, disse que ainda não descarta nenhuma linha de investigação.

De acordo com ele, pode se tratar de um caso de latrocínio, que é o roubo seguido de morte, que pode ter sido mal sucedido, já que inicialmente nada foi levado das vítimas; homicídio motivado por vingança ou algum desentendimento, entre outras motivações que ainda estão sendo apuradas.

Ainda de acordo com o delegado, a arma utilizada no crime, possivelmente uma faca, não foi localizada e o princípio de incêndio no fogão pode ter sido uma forma do suspeito tentar apagar evidências do crime, inicialmente registrado como triplo homicídio.


Fonte: G1



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