PC investiga se suspeita de matar namorado com brigadeirão envenenado se passou por ele para receber dinheiro de imóvel


Amigo de infância de Luiz Marcelo Ormond recebeu uma mensagem suspeita na noite de 18 de maio. O corpo do empresário foi encontrado no dia 20 já em estado avançado de decomposição, dentro do seu apartamento.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro quer saber quem usou o telefone do empresário Luiz Marcelo Ormond, que pode ter sido envenenado e morto pela namorada, para pedir a antecipação de um pagamento que ele teria direito a receber.

O corpo de Luiz Marcelo foi encontrado dentro do apartamento dele no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, no dia 20 de maio, já em estado avançado de decomposição. A suspeita é que ele tenha sido assassinado pela namorada Júlia Cathermol, com um brigadeirão envenenado.

Os investigadores desconfiam que a própria Júlia tenha utilizado o telefone do namorado já morto para negociar o pagamento antecipado de uma parcela de um imóvel vendido por ele para um amigo.

Luiz, Júlia e o prato que, para investigadores, teria o 'brigadeirão' que o envenenou — Foto: Reprodução

Essa linha de investigação teve início após o depoimento de Marcos Antônio de Souza Moura, um amigo de infância de Luiz Marcelo, que mantinha contato frequente com ele por troca de mensagens de áudio.

Marcos contou à polícia que comprou uma casa de Luiz Marcelo no bairro Maria da Graça, na Zona Norte. Segundo ele, os dois combinaram que o valor da casa seria pago em parcelas mensais de R$ 3 mil, a serem pagas todo dia 25. Além disso, todo mês de janeiro, o amigo se comprometeu a pagar mais R$ 20 mil.

Contudo, Marcos se espantou quando recebeu uma mensagem do celular de Luiz Marcelo, no dia 18 de maio, por volta das 21h da noite. O que chamou mais atenção foi o fato da mensagem chegar em forma de texto, diferente do habito que eles tinham de só se falar por áudio.

A mensagem supostamente escrita por Luiz Marcelo dizia o seguinte:

"Sobre o pagamento do dia 25, você pode antecipar este mês? Tive um gasto do caramba indo e voltando pra light, pra comprar as coisas pra religação de luz".

Em seu depoimento, Marcos reforçou que não acredita que a mensagem foi escrita por Luiz Marcelo, até porque o mesmo não passava por dificuldades financeiras.

"Nunca fizemos mensagens de texto, sempre áudio, áudio pra lá, áudio pra cá, nunca falamos por mensagem de texto e eu fui e estranhei, nesse dia que ele me pediu o adiantamento", disse Marcos.


Pressão para mudar acordo

O amigo do empresário também revelou aos investigadores que Luiz Marcelo estava incomodado com a pressão que Júlia fazia para que ele alterasse o contrato de venda do imóvel de Maria da Graça.

Segundo Marcos, ela queria ser beneficiária no contrato de compra e venda do imóvel, no lugar de Pedro Paulo Ormond Barbosa, primo de Luiz Marcelo.

"Ele falou: 'pô, Marcos, ela tá me perturbando. Ela perguntou por que eu não botei ela no contrato, e botei meu primo'", revelou Marcos.

As investigações sobre o caso indicam que Julia foi fria. Em seu depoimento, a suspeita disse que Luiz serviu o café da manhã dela na segunda de manhã, o que é impossível de acordo com a necropsia, já que o empresário já estava morto.

"Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver, por cerca de 3, 4 dias. Lá ela teria dormido ao lado do cadáver, se alimentado, ela teria inclusive descido para a academia, se exercitado, retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava”, disse o delegado Marcos Buss.


Armas roubadas

O delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo), afirmou nesta sexta-feira (31), durante entrevista à Globonews, que duas armas registradas no nome do empresário Luiz Marcelo Ormond, encontrado morto dentro de casa, foram roubadas de seu apartamento.

Segundo o responsável pelas investigações, a principal suspeita pela morte de Luiz Marcelo é a namorada dele, Júlia Cathermol, que segue foragida da Justiça. O delegado não descarta que ela possa estar com as armas roubadas.

"Não se pode desprezar a informação de que duas armas que sabemos estar no nome da vítima, e que sabíamos estar dentro do apartamento, foram subtraídas. Elas desapareceram. Um dos objetivos agora é localizar essas duas armas", comentou o delegado.

"Ela é a principal suspeita de ter praticado esse crime bárbaro. Mas será que essas armas também não estão com a Júlia? A Júlia armada pode representar um risco ainda maior", argumentou Marcos Buss.


Fonte: g1 RJ


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