De acordo com a polícia, instituições já haviam sido interditadas anteriormente, sendo que uma delas mudou de local para burlar fiscalização.
Asilos clandestinos encontrados na Serra, no Espírito Santo, mantinham idosos sem comida e sem cuidadores. — Foto: Divulgação/PCES |
As instituições ficam nos bairros de Jacaraípe e Nova Almeida. De acordo com a Polícia Civil, os dois locais já haviam sido interditados anteriormente, sendo que um deles mudou de endereço para tentar burlar a fiscalização.
Além disso, ambos não eram regularizados, não tinham documentação completa para funcionamento e não apresentavam condições de atendimento.
Em Jacaraípe, a casa abrigava cinco idosos, o local era sujo e tinha cheiro forte de urina em alguns ambientes.
A polícia e a vigilância sanitária também constataram que havia poucos profissionais trabalhando. O asilo já tinha sido fechado em outra operação em dezembro do ano passado.
"Em toda denúncia de crimes contra a pessoa idosa, a gente verifica as condições do local, de limpeza, da alimentação - ou a falta dela -, ou muitas vezes a alimentação guardada de forma incorreta, que era o caso. [...] Essa casa já havia sido interditada e mudou de endereço para tentar realmente burlar a vigilância e a polícia", pontuou a titular da Delegacia Especializada de Proteção à Pessoa Idosa (DEPPI), delegada Milena Gireli.
A polícia constatou ainda que, no local, viviam três pessoas com menos de 60 anos, o que não é permitido.
Asilos clandestinos encontrados na Serra, no Espírito Santo, mantinham idosos sem comida e sem cuidadores. — Foto: Divulgação/PCES |
O Conselho Municipal do Idoso (Comids) solicitou, a reintegração imediata dos idosos, que deverá ser realizada pela própria instituição de longa permanência.
Os idosos também serão verificados, caso a caso, pois a polícia quer entender se houve abandono familiar ou se as famílias foram enganadas pelos proprietários dos abrigos.
Já em Nova Almeida, a instituição fechada foi interditada no mês passado também por irregularidades e insalubridade do espaço, entretanto, os quase dez idosos que viviam no local ainda não haviam sido reintegrados às famílias.
Os responsáveis pelas duas instituições não foram presos, mas a polícia informou que vai chamá-los para depor e abrir uma investigação, ouvindo também familiares e vítimas.
"Infelizmente, às vezes o familiar não tem o cuidado de verificar se aquela instituição de longa permanência tem alvará ou não. Ele acredita, muitas vezes, nesse proprietário que tem uma boa lábia, que às vezes é um estelionatário, que sabe vender o produto, a família acredita, acha que tá fazendo o bem e no entanto tá deixando o idoso em um local que é inadequado", encerrou a delegada.
Fonte: G1 ES