Grama da cocaína rosa pode chegar a R$ 550. Substância está se popularizando na Europa e gerando preocupação entre autoridades
Nos últimos meses, um novo tipo de droga sintética, conhecida como cocaína rosa, tem se tornado motivo de grande preocupação em diversos países europeus. A substância, que vem ganhando popularidade em festas e baladas, especialmente na Espanha e no Reino Unido, é alvo de operações policiais e alertas de especialistas devido ao risco que representa à saúde pública.
Neste mês, a polícia espanhola realizou uma de suas maiores apreensões de drogas sintéticas, interceptando uma quantidade significativa de cocaína rosa, além de mais de um milhão de comprimidos de ecstasy. A operação teve como foco redes de distribuição em áreas turísticas como Ibiza e Málaga, onde a droga tem circulado com frequência.
Apesar do nome, a cocaína rosa não contém, necessariamente, cocaína. Trata-se de uma combinação de várias substâncias, como MDMA, cetamina e 2C-B, que variam em composição e efeitos.
O MDMA, popularmente conhecido como ecstasy, é um estimulante com propriedades psicodélicas. A cetamina, por outro lado, é um anestésico usado principalmente em contextos médicos, mas que tem efeitos alucinógenos e sedativos quando usada recreativamente. Já o 2C-B pertence a uma classe de drogas psicodélicas que também pode ter efeitos estimulantes.
A cocaína rosa é vendida como uma droga de alta qualidade e possui preços elevados: cerca de US$ 100 (aproximadamente R$ 550) por grama na Espanha.
Efeitos colaterais da cocaína rosa são uma “roleta-russa”
O grande perigo da cocaína rosa reside na sua composição imprevisível. Como os ingredientes variam entre os lotes, os usuários estão sujeitos a uma “roleta russa” de efeitos colaterais potencialmente graves.
A adição de cetamina, por exemplo, pode levar à inconsciência ou dificuldades respiratórias, aumentando o risco de overdose.
Outro fator que preocupa as autoridades é a crescente popularidade da droga entre os jovens. A cocaína rosa é comercializada em pó ou comprimidos com uma cor vibrante e, às vezes, até aromatizada, características que atraem novos usuários.
Sua aparência colorida, resultado da adição de corantes alimentícios, a torna visualmente apelativa, aumentando seu potencial de atração em festas e clubes.
Embora a droga tenha sido sintetizada pela primeira vez na década de 1970 pelo bioquímico Alexander Shulgin — conhecido como padrinho do ecstasy —, a versão moderna surgiu por volta de 2010 na Colômbia, a partir de uma fórmula falsificada da original. Desde então, sua popularidade cresceu na América Latina e, recentemente, migrou para a Europa.
Nos últimos anos, a cocaína rosa se espalhou de festas em Ibiza para outras partes da Europa, incluindo o Reino Unido, com evidências de circulação na Escócia, País de Gales e Inglaterra. Do outro lado do Atlântico, a cidade de Nova York também tem registrado aumento na presença da droga.
Fonte: Metrópoles