Chefe de gabinete das forças israelenses afirmou nesta quarta (25) que bombardeios que Israel tem feito no Líbano são preparação para 'possível entrada' por terra. Mais cedo, Hezbollah lançou mísseis em direação a Tel Aviv, e Israel respondeu com ataques que mataram 51.
Fumaça é vista em Tiro, no Líbano, uma das cidades mais antigas do mundo, após bombardeio de Israel, em 25 de setembro de 2024. — Foto: Amr Abdallah Dalsh/ Reuters
Após cinco dias de ataques aéreos, Israel se prepara para uma "possível" entrada por terra no Líbano, disse nesta quarta-feira (25) o chefe de gabinete das Forças Armadas de Israel, Herzi Halevi.
Em mensagens a soldados, Halevi afirmou que os bombardeios a alvos do Hezbollah no Líbano também têm a função de "preparar o terreno para uma possível entrada" por terra.
Desde que começou sua nova ofensiva no Líbano, onde o Hezbollah surgiu e atua, as Forças Armadas de Israel têm feito ataques aéreos no país, através de bombardeios com caças e lançamento de mísseis.
A entrada por terra seria um agravante para o conflito, que vem gerando temores de uma guerra total no Oriente Médio.
Nesta quarta, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ser possível que haja uma guerra total, mas que também dá pra evitá-la.
"Uma guerra total é possível, mas eu acho que há também uma oportunidade, e ainda estamos a tempo de ter um acordo que fundamentalmente pode mudar toda a região", disse Biden, durante uma entrevista à rede de TV norte-americana ABC.
Novo ataque
Nesta quarta, o Hezbollah lançou foguetes pela primeira vez em direção a Tel Aviv, a maior cidade de Israel, na região central do país. Os sistemas de defesa aérea israelenses interceptaram um míssil que cairia sobre a cidade, segundo as Forças Armadas de Israel.
Segundo o Hezbollah, o alvo do ataque era a sede do Mossad, a agência do serviço secreto que o grupo extremista acusa estar por trás ataque a pagers e walkie-talkies do grupo extremista.
Israel afirmou ter bombardeado o Líbano em resposta, em um ataque de deixou 51 mortos e 223 feridos.
Israel disse que o ataque do Hezbollah em seu território não deixou vítimas. Na região central de Israel, as sirenes de alerta soaram em cidades como Netanya.
Fumaça no céu do Líbano após bombardeio israelense nesta quarta (25) — Foto: Aziz Taher/Reuters
Segundo a agência de notícias oficial do governo libanês, Israel realizou bombardeios aéreos nesta quarta em áreas do Sul do país, do Leste e ao norte da capital, Beirute. "A planície de Machghara e os arredores de Sahmar e Midoun, no oeste de Bekaa, foram submetidos a um ataque violento."
As Forças de Defesa de Israel informaram que após o ataque libanês, a Força Aérea do país atingiu o local de onde o ataque foi lançado, na área de Nafakhiyeh, no Líbano.
De acordo com a FDI, havia "terroristas operando dentro da infraestrutura". O local armazena armamentos do Hezbollah. "Após o ataque, explosões secundárias foram identificadas, indicando a presença de grandes quantidades de armamentos dentro das instalações atingidas."
Também houve ataques ao norte de Beirute, na cidade de Maysara, um enclave xiita localizado na região montanhosa de Kesruan, de maioria cristã. A cidade fica a cerca de 25 km da capital.
O Exército israelense afirmou ainda que seus caças interceptaram um veículo aéreo não tripulado que partiu da Síria. A interceptação aconteceu ao Sul do Mar da Galileia.
As FDI anunciaram a mobilização de mais duas brigadas de reservistas na fronteira norte do país.
Vista de Tel Aviv, em Israel, registrada na terça (24); sirenes de alerta tocaram na madrugada desta quarta (25) — Foto: Amir Cohen/Reuters
Morte de comandante do Hezbollah
Na terça-feira (24), um ataque aéreo israelense matou um comandante sênior do Hezbollah que era responsável por mísseis e foguetes do grupo extremista. Ibrahim Qubaisi foi morto em Beirute, capital do Líbano.
A informação da morte de Qubaisi foi confirmada pelo Hezbollah e pelas Forças de Defesa de Israel. Segundo a agência Reuters, duas fontes de segurança no Líbano descreveram o comandante como uma figura importante no grupo extremista — que também tem disparado centenas de mísseis e foguetes contra Israel nos últimos dias.
Segundo o governo do Líbano, 569 pessoas foram mortas e 1.835 ficaram feridas desde que Israel iniciou ataques contra o país, na segunda-feira (23) — dia mais sangrento desde a guerra de 2006. Entre os mortos estão 50 crianças.
O Líbano pediu ajuda dos Estados Unidos para parar o conflito entre Israel e Hezbollah. O grupo extremista, apoiado pelo Irã, tem atuação política e controla algumas regiões do país.
Israel 'não deseja' invadir o Líbano
Israel "não deseja" realizar uma invasão do território do Líbano, afirmou o embaixador israelense nas Nações Unidas, Danny Danon, nesta terça-feira. A fala ocorreu em meio à escalada de tensões entre Israel e o grupo extremista Hezbollah.
"Temos experiência passada no Líbano. Não desejamos iniciar qualquer tipo de invasão naquele território", disse Danon.
Israel e Hezbollah trocam agressões desde o início da guerra na Faixa de Gaza, entre israelenses e o grupo terrorista palestino Hamas, aliado do grupo libanês. As tensões se acirraram após explosões de pagers e de walkie-talkies de membros do Hezbollah no Líbano, que deixaram mais de 30 mortos e mais de 3.000 feridos.
Diante de um temor da eclosão de uma "guerra total" entre Israel e Hezbollah, líderes mundiais têm pedido por uma desescalada no conflito, que poderia trazer ainda mais estabilidade ao Oriente Médio. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse à Assembleia Geral da ONU que "uma guerra total não interessa a ninguém". Os EUA são os maiores aliados de Israel.
Fonte: G1 Mundo