Saiba por que o antialérgico pode não fazer efeito


Sucos de toranja (grapefruit), laranja e maçã podem reduzir a eficácia de determinados antialérgicos, diminuindo seu efeito; especialista dá dicas de como prevenir crises


Uma curiosidade pouco divulgada sobre alguns antialérgicos é que as interações relacionadas a efeitos adversos não acontecem somente entre o consumo associado ao álcool ou outras medicações.

Uma série de outros fatores podem afetar sua absorção e eficácia, como determinados alimentos e bebidas.

Dr. Augusto Vieira, Líder Médico da divisão de Consumer Health da Bayer Brasil, dá alguns exemplos do que podem impactar.

“Tomar café com alguns antialérgicos pode aumentar os sintomas de inquietação, irritabilidade e distúrbios do sono, já que em conjunto estimulam excessivamente o sistema nervoso central. O álcool também influencia no desempenho da medicação, pois é processado pelo fígado, o que diminui sua eficácia e aumenta o risco de efeitos colaterais”.

Outro ponto de atenção é a interação entre sucos de frutas e alguns antialérgicos, visto que nem sempre a ingestão é feita com água. Estudos clínicos revelam que a ingestão de fexofenadina com suco de frutas, como laranja, maçã e toranja (grapefruit), pode reduzir as concentrações séricas de fexofenadina em até 70%, diminuindo sua eficácia.

O motivo é que esses sucos podem inibir a ação da enzima OATP1A2, que está envolvida na absorção da fexofenadina pelo trato gastrointestinal. Inclusive, os pacientes devem evitar essa interação e não beber o suco dessas frutas por 4 horas antes ou até 2 horas depois da ingestão de fexofenadina para não impactar no seu efeito.

No entanto, alguns tipos de medicamentos são menos propensos a sofrer essas interações, como a loratadina (Claritin). Outro estudo avalia a eficácia da loratadina comparada a fexofenadina e placebo no alívio dos sintomas da rinite alérgica. Em relação ao placebo, ambos proporcionam um alívio significativo dos sintomas, porém a loratadina demonstra um alívio maior dos sintomas e que ocorre significativamente mais cedo do que a fexofenadina.

Segundo Vieira, “o ideal é evitar a exposição ao que está desencadeando uma resposta alérgica e procurar um médico alergologista, para entender os gatilhos de alergias e receber o tratamento adequado”.

Ele explica que a alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a substâncias que entram em contato com o organismo, seja pela via respiratória, cutânea ou ingestão. Quando o contato acontece, são produzidos anticorpos que identificam um alérgeno como prejudicial e a reação pode se manifestar de diversas maneiras: na pele, nos seios da face, nas vias aéreas ou até mesmo no sistema digestivo.

Um outro levantamento recente, encomendado pela marca Claritin®, da multinacional alemã Bayer, mostra como os brasileiros lidam com a alergia.

O recrutamento selecionou um time de pessoas que sofreram com alergia no último ano (100% dos entrevistados), para comentarem as alternativas que adotam para o alívio dos sintomas. Os respondentes acreditam ser necessário manter uma boa hidratação com água (64%), deixar os cômodos da casa ventilados (62%) e limpar com frequência o ambiente (60%).

Embora não haja conteúdos científicos sobre nenhum alimento antialérgico, algumas opções naturais podem ajudar: “mel, chá de camomila e cúrcuma são ingredientes naturais para alergias, os dois últimos por contarem com propriedades anti-inflamatórias. No entanto, não substituem o tratamento médico adequado e devem ser consideradas como complementares”, conclui o Dr. Vieira.


Fonte: Folha Vitória



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