VÍDEO | 'Bateu, entrou no bar e tomou mais umas cervejas', diz testemunha de acidente


Oito carros foram atingidos na avenida Altamiro Avelino Soares, na noite de terça (17); um dia antes, ele havia recebido sentença de condenação por outro acidente ocorrido em 2021

Vídeos mostram estragos do acidente e o homem completamente embriagado instantes depoisFoto: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

A sequência de acidentes que terminou com a prisão do empresário Alexsandro Felipe Domingues, de 50 anos, na noite da última terça-feira (17 de dezembro), na Pampulha, em Belo Horizonte, começou algum tempo antes, quando o suspeito, que é dono de uma madeireira na região, deu ré e atingiu o carro de uma mulher enquanto manobrava na porta de um bar. Porém, após esse primeiro incidente, o suspeito teria descido do carro e bebido "mais algumas cervejas", conforme o relato de uma testemunha.

A reportagem esteve na avenida Altamiro Avelino Soares na manhã desta quarta-feira (18). No local, uma trabalhadora da região contou que estava perto do local na hora que o suspeito atingiu oito carros em alta velocidade. Ela conta que, antes disso, o homem atingiu duas vezes o veículo de uma mulher no bairro.

"Estávamos parados e vimos ele chegando de carro. Uma hora tinha um carro atrás dele, ele deu ré e bateu no carro da moça, mesmo com ela buzinando. Depois puxou o carro para frente e bateu no carro dela de novo. Foi aí que ele encostou o carro, entrou no bar e bebeu mais algumas cervejas", lembra a mulher que não quis ser identificada.

Em seguida, também segundo a testemunha, o homem voltou para o carro e começou a dirigir pela avenida. Vendo a forma que ele conduzia o veículo, ela e os amigos já previam que poderiam ocorrer mais acidentes. "Ele veio dirigindo meio torto pela avenida, parece que estava sem controle da direção. A gente até comentou que ele poderia bater em outra pessoa", relembra.

Algumas horas depois, após deixar o trabalho, a mulher viu parte do estrago causado na batida contra oito veículos. Ela também disse se sentir aliviada por ninguém ter se machucado. "Mais à noite, vi um carro no meio-fio, ficou com a roda toda arrebentada. Do jeito que ele estava, ele poderia acertar e matar alguém. Imaginar que alguém embriagado, sem condições de dirigir, está circulando por aqui, deixa a gente assustado, com medo até de andar no passeio", confessa.

Um comerciante que também não quis se identificar, relatou ter visto parte do estrago. O homem estava dentro do próprio estabelecimento comercial no momento da batida. "Ele começou batendo lá embaixo e veio arrastando os carros. Virou a esquina e ainda pegou outro. Ele acertou dois carros de clientes meus. Um deles ficou com o retrovisor arrebentado", descreve.


Queixas são constantes entre moradores

Conforme outros frequentadores da região, Domingues vive causando "problemas" pelo bairro. Outro trabalhador, que também pediu para ter a identidade preservada, afirma que o homem frequentemente causa incômodo a outras pessoas.

"Ele roda aqui o dia inteiro, está sempre nos bares, fica tentando arrumar confusão com todo mundo. A gente já sabe como funciona. Eu já estou até acostumado com isso. Com certeza dá uma revolta", afirma.

Um vizinho do motorista envolvido nos acidentes conversou com a reportagem e contou que, desde o acidente que matou duas pessoas em 2021, Alexsandro Felipe Domingues se envolveu em inúmeros outros problemas, chegando a ameaçar moradores do prédio em que vive.

"Moro no mesmo prédio que ele e essas confusões são constantes. Em novembro de 2022, eu fiz um vídeo dele saindo de casa bêbado do prédio e uma viatura da polícia parou ele na porta. Os policiais só mandaram ele guardar o carro na época. A minha esposa está em tratamento de câncer e, praticamente todos os dias, ele chega bêbado, faz arruaça, liga som alto", reclama o vizinho.

O homem conta ainda que já conversou com policiais e até promotores de Justiça sobre o caso. "Eu já falei que daqui um dia esse cara vai matar outro, e a culpa vai ser deles, que não tomam providência. Esse cara não pode voltar para a rua, eu tenho diversos boletins dele por ameaça de morte", completou.

A reportagem procurou o advogado Flavio Gibson Alvarenga, que faz a defesa do motorista. Ele informou que ainda não foi intimado da sentença e, assim que o for, irá se manifestar sobre a condenação. Já sobre o último acidente, com oito veículos, o defensor disse apenas que o cliente segue detido na delegacia, sem ser ouvido.

Fonte: O Tempo


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