A condição demonstra sinais como inchaço excessivo, dores de cabeça intensas e a presença de proteínas na urina
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Lexa foi internada após o diagnóstico de pré-eclâmpsia. (Reprodução @lexa) |
A cantora Lexa, que está grávida de seis meses, foi internada após o diagnóstico de pré-eclâmpsia. A condição, segundo dados da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), afeta cerca de 5 a 8% das mulheres durante a gestação.
Caracterizada pelo aumento da pressão arterial durante a gravidez, a pré-eclâmpsia demonstra sinais como inchaço excessivo, dores de cabeça intensas e a presença de proteínas na urina. Embora nem sempre apresente sintomas claros no início, a condição pode evoluir rapidamente, colocando em risco a vida da mãe e do bebê. “Esses sintomas podem indicar que algo não está bem e devem ser investigados o quanto antes”, explica Fernanda Nunes, ginecologista da clínica Atma Soma.
De acordo com a especialista, a pré-eclâmpsia pode ocorrer a partir da 20ª semana de gestação, mas é mais comum no terceiro trimestre. “Exames pré-natais frequentes são essenciais para detectar sinais precoces e evitar complicações”, complementa.
A ginecologista Carolina Loyola Prest Ferrugini, do Hospital Santa Rita, diz que a pré-eclâmpsia pode afetar várias partes do corpo de diferentes formas em cada paciente. "Pode prejudicar os rins, o fígado, causar alterações na visão e até problemas no sangue, como diminuição das plaquetas (que ajudam a evitar sangramentos). Em casos mais graves, pode afetar os pulmões e o cérebro".
Os sinais de alerta incluem:
Pressão elevada maior ou igual 140/90mmHg
Dor de cabeça persistente e difícil de aliviar
Visão embaçada ou flashes de luz
Inchaço repentino, especialmente no rosto e mãos
Dor na parte superior do abdômen ou sensação de pressão
Dificuldade para respirar ou falta de ar
A ginecologista Anna Carolina Bimbato, da Unimed Vitória, conta que o diagnóstico é feito por uma combinação de sinais clínicos e laboratoriais, como pressão igual ou superior a 140/90 mmHg em pelo menos duas medições realizadas com intervalo de quatro horas (em repouso) ou uma única medição acima de 160/110 mmHg. "Além de alterações em exames laboratoriais e sintomas neurológicos, como dor de cabeça forte e visão turva".
É considerada grave quando há pressão arterial acima de 160/110 mmHg, insuficiência renal, Síndrome Hellp, edema pulmonar, alterações visuais ou neurológicas graves e crescimento fetal restrito.
Anna Carolina Bimbato•Ginecologista
Tratamento
O tratamento pode incluir repouso, medicamentos para controlar a pressão arterial e, em casos graves, a necessidade de adiantar o parto para proteger a vida da mãe e do bebê.
“A principal meta é prolongar a gravidez o máximo possível sem comprometer a saúde de ambos. Isso exige uma avaliação individualizada e constante”. Nos casos mais graves, em que há risco de vida, o parto prematuro pode ser necessário. “Em algumas situações, mesmo que o bebê ainda não esteja a termo, o parto é a única solução para preservar mãe e filho”, explica Fernanda Nunes.
Vale lembrar ainda que o acompanhamento pós-parto também é essencial, pois a pré-eclâmpsia pode persistir ou surgir após o nascimento do bebê, o que reforça a importância de uma monitorização cautelosa. “O cuidado com a saúde é prioridade em todas as gestações e que, ao menor sinal de anormalidade, é essencial buscar avaliação profissional”, finaliza.
Fonte: A Gazeta