No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 0,38%, cotada a R$ 5,8153. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou com um recuo de 0,13%, aos 125.971 pontos.
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Notas de dólar. — Foto: Murad Sezer/ Reuters
O dólar passou a operar em queda nesta terça-feira (4) e atingiu R$ 5,75 na mínima do dia, à medida que os investidores reagiam ao enfraquecimento do "tarifaço" proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Apesar de a China ter respondido às tarifas impostas pelos Estados Unidos, anunciando novas taxas sobre produtos norte-americanos importados, o mercado ainda interpreta que as ameaças tarifárias de Trump estão perdendo força.
Na segunda-feira (3), tanto o México quanto o Canadá anunciaram acordos com os EUA para suspender as tarifas por um mês. Em troca, os dois países se comprometeram a reforçar a proteção de suas fronteiras.
Na agenda do dia, destacam-se os novos dados de atividade dos Estados Unidos e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). (saiba mais abaixo)
No documento divulgado nesta terça-feira, a instituição projeta uma inflação acima da meta pelo menos até junho deste ano e destaca a preocupação com a alta dos preços dos alimentos, que deve "se propagar para o médio prazo".
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também opera em baixa.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 14h30, o dólar caía 0,86%, cotado a R$ 5,7651. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,7568. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,38%, cotada a R$ 5,8153.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 0,38% na semana e no mês;
- recuo de 5,90% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,52%, aos 125.315 pontos.
Na véspera, o índice fechou em queda de 0,13%%, aos 125.971 pontos.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 0,13% na semana e no mês;
- ganho de 4,73% no ano
O que está mexendo com os mercados?
Os desdobramentos do "tarifaço" imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuam a fazer preço nos mercados pelo mundo.
Nesta terça-feira (4), a China impôs novas tarifas sobre importações dos EUA, em retaliação às taxações norte-americanas. O gigante asiático determinou um imposto de 15% para carvão e Gás Natural Liquefeito (GNL) dos EUA e 10% para petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns automóveis. As taxas passam a valer na próxima segunda-feira (10).
A decisão do gigante asiático é mais um passo na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, e coloca a atenção dos mercados sobre a efetividade da ameaça tarifária dos Estados Unidos — estratégia antiga usada pelo país para favorecimento próprio.
A leitura, no entanto, é que esse "tarifaço" tem perdido a força. Isso porque só na segunda-feira, por exemplo, Trump já recuou de suas ameaças e fez acordo com o México e com o Canadá. Em ambos os casos, o tratado determinou a pausa das tarifas durante um mês, além de medidas de ambos os países para controlar o que passa por suas fronteiras.
Agenda do dia: de olho nos juros e em dados de atividade dos EUA
Na agenda do dia, no cenário doméstico, as atenções ficam voltadas para a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que aconteceu na semana passada. O encontro terminou na decisão, por parte do colegiado, de mais um aumento da taxa básica de juros (Selic), em 1 ponto percentual.
No documento divulgado hoje, o comitê disse que as expectativas de inflação elevaram-se de forma significativa nos últimos meses – para o curto, médio e longo prazo. As projeções da instituição apontam para uma inflação acima da meta pelos próximos seis meses consecutivos.
A partir de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo é de uma inflação de 3% – e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
No regime de meta contínua, porém, se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida. Dessa forma, se as projeções se concretizarem, 2025 terá um novo estouro da meta de inflação.
Entre os pontos de pressão para a inflação, o Copom destaca a alta dos preços dos alimentos, a pressão do dólar sobre a economia e as perspectivas mais cautelosas sobre a capacidade do governo de equilibrar as contas públicas.
Com esses fatores no radar, a instituição já indicou um novo aumento de 1 ponto percentual em sua próxima reunião, o que deve levar a taxa Selic a 14,25% ao ano. Outras altas ainda devem vir pela frente e o mercado projeta os juros a 15% ao ano ao fim de 2025.
Juros maiores por aqui atraem mais investidores, porque os títulos públicos passam a entregar rentabilidades mais atrativas também. Isso pode ajudar a reduzir a pressão do dólar.
No exterior, dados da indústria dos EUA ficavam no radar. Segundo o Departamento de Comércio norte-americano, as novas encomendas de produtos manufaturados do país caíram em dezembro, puxados por um declínio nas reservas de aeronaves civis. A demanda em outros setores, no entanto, foi marginalmente firme.
Além disso, as vagas de emprego em aberto na maior economia do mundo também recuaram no último mês de 2024. O número baixo de demissões, por outro lado, ainda sugere que o mercado de trabalho não estava desacelerando abruptamente.
Fonte: G1