No evento, estavam Elon Musk, dono da Tesla, Jeff Bezos, fundador da Amazon, e Mark Zuckerberg, CEO da Meta; suas empresas perderam US$ 1,43 trilhão em valor de mercado desde 17 de janeiro
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_e536e40f1baf4c1a8bf1ed12d20577fd/internal_photos/bs/2025/E/5/1yNBL4QCuckTyM9DU7OQ/ceos-das-big-techs-.jpg)
A presença dos principais CEOs das big techs na posse de Trump — Foto: Getty Images
O presidente dos EUA, Donald Trump, tomou posse em 20 janeiro rodeado por algumas das pessoas mais ricas do mundo. Entre os bilionários que prestigiaram o evento estavam Elon Musk, dono da rede social X, Jeff Bezos, fundador da Amazon e da Blue Origin, e Mark Zuckerberg, CEO da Meta.
Quase dois meses depois, a situação financeira dos bilionários da tecnologia mudou um pouco. O início do segundo mandato de Trump trouxe uma reversão para os empresários que prestigiaram o presidente na rotunda do Capitólio, com cinco deles tendo perdido um total de US$ 210 bilhões (R$ 1,2 trilhão) em riqueza, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
O período entre a eleição de Trump e sua posse foi um bom período para os mais ricos do mundo, com o Índice S&P 500 atingindo várias máximas históricas. Os investidores se amontoaram nos mercados de ações e criptomoedas, esperando que as políticas de Trump fossem vantajosas para os negócios.
A Tesla ganhou 98% nas semanas seguintes após a eleição, atingindo um recorde. A holding de artigos de luxo LVMH, de Bernard Arnault, adicionou 7% na semana anterior ao dia da posse, tornando o magnata francês US$ 12 bilhões mais rico. Até mesmo a Meta, que baniu Trump da plataforma de mídia social em 2021, ganhou 9% antes do início do novo mandato e mais 20% em suas primeiras quatro semanas no cargo.
Mas quaisquer expectativas de que o início do novo mandato de Trump continuaria a alimentar os retornos do mercado foram derrubadas. O S&P 500 perdeu quase 7% desde que o republicano assumiu o cargo, já que as demissões em massa de funcionários do governo e as idas e vindas do presidente sobre tarifas agitaram as ações, com o índice de referência caindo mais de 3% nesta segunda-feira (10).
As empresas dos bilionários que participaram da posse de Trump foram as principais perdedoras, caindo um total de US$ 1,43 trilhão (R$ 8,2 trilhões) em valor de mercado desde 17 de janeiro, o último dia de negociação antes da posse.
Confira a situação desses bilionários até as 14h dessa segunda-feira (10):
Elon Musk (queda de US$ 157 bilhões)
O patrimônio líquido do CEO da Tesla atingiu o pico de US$ 486 bilhões (R$ 2,8 trilhões) em 17 de dezembro, a maior fortuna já registrada no Bloomberg Billionaires Index. A maior parte de seus ganhos veio da Tesla, cujas ações quase dobraram após a eleição. Desde então, a montadora de carros elétricos perdeu todo esse valor, derrubando o patrimônio líquido de Musk em US$ 157 bilhões (R$ 900 bilhões). Os consumidores na Europa não gostaram do apoio de Musk aos políticos de extrema direita, com as vendas da Tesla na Alemanha caindo mais de 70% nos primeiros dois meses do ano. As remessas chinesas também caíram 49% no mês passado, para o menor nível desde julho de 2022.
Jeff Bezos (queda de US$ 31 bilhões)
Bezos, que entrou em conflito com Trump sobre o serviço postal e sua propriedade do Washington Post durante o primeiro mandato do presidente, parabenizou Trump no dia seguinte à eleição na plataforma de mídia social X, de Musk. A Amazon doou US$ 1 milhão (R$ 5,8 milhão) para o fundo de posse de Trump em dezembro, e Bezos jantou com o presidente no mês passado, no mesmo dia em que Bezos anunciou que seu jornal priorizará as liberdades pessoais e o livre mercado em sua seção de opinião. O patrimônio do bilionário caiu US$ 31 bilhões (R$ 179 bilhões). Já ações da Amazon tiveram queda de 15% desde 17 de janeiro.
Sergey Brin (queda de US$ 23 bilhões / R$ 133 bilhões)
Brin, cofundador do Google com Larry Page, se juntou a um protesto contra a política de imigração do governo Trump no aeroporto de São Francisco, na Califórnia (EUA), em 2017. Depois que Trump foi reeleito, em novembro, Brin jantou com ele em Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida (EUA), no mês seguinte. As ações da Alphabet caíram mais de 7% no início de fevereiro depois que ela não atingiu as estimativas de receita trimestrais.
Mark Zuckerberg (queda de US$ 8 bilhões)
A Meta é a empresa de tecnologia que mais se valorizou no início deste ano. Mesmo com a estagnação do grupo de empresas que impulsionou grande parte dos ganhos do S&P 500 nos últimos anos, a Meta subiu 19% de meados de janeiro a meados de fevereiro. Desde então, porém, a ação perdeu todos esses ganhos. Da mesma forma, o patrimônio do bilionário registrou queda de US$ 8 bilhões (R$ 46 bilhões). O índice Magnificent Seven (composto por Nvidia, Tesla, Facebook, Amazon, Apple, Google e Microsoft) caiu 21% desde sua alta em meados de dezembro.
Bernard Arnault (queda de US$ 5 bilhões / R$ 29 bilhões)
Arnault, cuja família é dona do conglomerado de luxo por trás de marcas como Louis Vuitton e Bulgari, é amigo de Trump há décadas e falou com ele no dia seguinte à tentativa de assassinato na Pensilvânia, em julho do ano passado. Depois de caírem durante a maior parte de 2024, as ações da LVMH saltaram mais de 20% da eleição até o final de janeiro. Depois da alta, a empresa perdeu a maior parte desses ganhos. Analistas da Morningstar disseram, no mês passado, que uma tarifa de 10% a 20% sobre produtos de luxo europeus poderia prejudicar as vendas, que já estavam em dificuldades.