Alunos de Medicina da Ufes são expulsos por hackear sistema e vender provas


Administração Central Ufes — Foto: Divulgação/Ufes

Universidade recebeu denúncia sobre o caso em 2023. Dezenove alunos foram investigados, dois expulsos, 16 receberam suspensão de todas as atividades acadêmicas por 90 dias e uma teve a participação arquivada. Decisão cabe recurso.

Dois estudantes de medicina foram expulsos da Universidade Federal do Espírito (Ufes) por hackear e vender a prova final de uma disciplina, no primeiro semestre letivo de 2023. Segundo a Universidade, 19 alunos foram investigados por envolvimento no processo. Todos os estudantes foram notificados e a decisão cabe recurso.

Além dos dois alunos expulsos, um homem e uma mulher, 16 estudantes (6 homens e 10 mulheres) receberam suspensão de todas as atividades acadêmicas por 90 dias e uma discente teve a participação arquivada devido à ausência de provas no esquema de invasão do sistema e compra da prova.

Nesta quinta-feira (22), todos os registros de desligamento, suspensão e exclusão de matrículas em disciplinas relativas foram concluídos. Os nomes dos alunos não foram divulgados porque o processo está em curso e a decisão ainda cabe recurso.

A universidade não informou se foi realizado algum boletim de ocorrência sobre o caso. O g1 procurou a Polícia Federal, mas não teve nenhum retorno até a última atualização desta reportagem.


A invasão

A Ufes informou que a investigação começou no dia 18 de setembro de 2023 após receberam denúncias sobre vazamento de uma prova final da disciplina de Anatomia e Fisiopatologia referente ao primeiro semestre de 2023.

A partir disso, foi aberto um Inquérito Administrativo Disciplinar (IAD) para apuração dos fatos. O inquérito foi coordenado por uma comissão disciplinar formada por cinco pessoas, sendo quatro docentes e um estudante, conforme determinado pelo Regimento Geral da Ufes.

O g1 teve acesso ao documento, e a investigação concluiu que o drive da disciplina foi invadido sem a autorização dos professores responsáveis.
"Alguns alunos foram responsáveis pela invasão, outros pela comercialização e outros pela aquisição pelas avaliações surrupiadas. Os atos praticados por todos os alunos, independentemente do tipo de participação, são extremamente graves. Mas a comissão analisou que a participação de alguns dos alunos foi pior que a de outros, por isso não seria equânime aplicar o desligamento a condutas de graus de gravidades diferente. A divergência com as provas dos fatos, está comprovada a improbidade moral de todos os alunos, ferindo a moralidade da vida acadêmica, infração punida com desligamento pelo Regimento Geral da Ufes", indicou o relatório final da comissão.
Dois alunos hackearam a prova que seria aplicada no semestre e venderam o material para outros 16 estudantes do curso.

Com isso, a Ufes afirmou que houve prática de atos incompatíveis com a moralidade da vida universitária.

"A Administração Central da Ufes preza pela probidade no âmbito da Universidade. Nessa perspectiva, atua continuamente para que as relações entre docentes, técnicos-administrativos e estudantes sejam construídas com base neste princípio. Qualquer denúncia de violação a essa norma será devidamente apurada na forma da lei. Durante todo o andamento do processo foi garantido amplo direito de defesa aos 19 estudantes denunciados", informou através de nota.

A universidade reforçou que mais informações não podem ser divulgadas porque, embora já tenha havido uma decisão, o processo ainda está em curso, visto que cabe recurso.

Fonte: G1 ES




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