O estudo, liderado pela Universidade de Uppsala e publicado na revista Biomarker Research, analisou 16 jovens saudáveis com peso normal
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/w/E/8KYbNeQM2jBaWg1kPw4A/a-jovem-mulher-asiatica-bonita-q.jpg)
Os efeitos da falta de sono são sentidos em curto prazo — Foto: Freepik
A falta crônica de sono é um problema crescente de saúde pública e, em grandes estudos populacionais. Uma nova pesquisa revelou que poucas noites de sono insuficiente já são associadas a um risco aumentado de ataque cardíaco, derrame e fibrilação atrial.
O estudo, liderado pela Universidade de Uppsala e publicado na revista Biomarker Research, analisou 16 jovens saudáveis com peso normal. Todos tinham hábitos de sono saudáveis. Os participantes passaram um tempo em um laboratório do sono, onde suas refeições e níveis de atividade foram rigorosamente controlados em duas sessões.
Em uma sessão, os participantes dormiram uma quantidade normal de sono por três noites consecutivas, enquanto na outra sessão dormiram apenas cerca de quatro horas por noite. Em ambas as sessões, foram coletadas amostras de sangue pela manhã e à noite, após exercícios de alta intensidade com duração de 30 minutos.
Os pesquisadores mediram os níveis de cerca de 90 proteínas no sangue e observaram que os níveis de muitas delas, associadas ao aumento da inflamação, aumentaram quando os participantes foram privados de sono.
Muitas dessas proteínas já foram associadas a um risco aumentado de doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca e doença arterial coronariana.
"Muitos dos estudos maiores que foram feitos sobre a ligação entre a privação do sono e o risco de doenças cardiovasculares geralmente se concentraram em indivíduos um pouco mais velhos que já apresentam um risco aumentado dessas doenças. É por isso que foi interessante que os níveis dessas proteínas aumentaram da mesma forma em indivíduos mais jovens e previamente saudáveis após apenas algumas noites de privação de sono. Isso significa que é importante enfatizar a importância do sono para a saúde cardiovascular, mesmo nos primeiros anos de vida”, explica Jonathan Cedernaes, médico e docente da Universidade de Uppsala, que liderou o estudo.
Exercícios físicos
O estudo mostrou que o exercício físico gerou uma resposta ligeiramente diferente após a privação de sono. As proteínas que podem ser associadas aos efeitos positivos do exercício aumentaram, mesmo que a pessoa tenha dormido pouco.
"Com este estudo, aprimoramos nossa compreensão sobre o papel da quantidade de sono na saúde cardiovascular. É importante ressaltar que estudos também demonstraram que o exercício físico pode compensar pelo menos alguns dos efeitos negativos que a má qualidade do sono pode causar. Mas também é importante observar que o exercício não pode substituir as funções essenciais do sono", afirma Cedernaes.
O pesquisador afirma que mais estudos são necessários para investigar como esses efeitos podem diferir em mulheres, idosos, pacientes com doenças cardíacas ou aqueles com padrões de sono diferentes. E espera que esse estudo possa ajudar a desenvolver novas diretrizes sobre o sono, exercícios e outros fatores do estilo de vida.
Fonte: O Globo