Tecnologia de Reconhecimento Facial do ES localiza autor de latrocínio cometido em 2020


(Foto: Raniery Pelissari/SESP)

Com o uso das câmeras com tecnologia de Reconhecimento Facial, a Gerência de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Gint/Sesp) e a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) conseguiram localizar e prender um homem de 51 anos, na manhã desta quinta-feira (12). O detido é acusado de matar e esconder o corpo do motorista de aplicativo Anderson Luiz Lira, no dia 03 de junho de 2020, no bairro São Francisco, região da Grande Jacaraípe, na Serra. O acusado tinha dois mandados de prisão em aberto.

O Reconhecimento Facial é um recurso por meio do qual câmeras do Governo do Estado fazem a leitura facial de pessoas que passarem em frente a elas. O sistema compara as imagens registradas pelas câmeras com diversos bancos de dados disponíveis. A Gerência de Inteligência (Gint) da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) opera e monitora o sistema. Quando a inteligência artificial identifica pessoas com mandados de prisão em aberto, um alerta é enviado para as equipes de busca, que realizam a abordagem e prisão.

"As câmeras estão espalhadas em vários locais. O Projeto Piloto tem testado reconhecimento facial em câmeras dentro dos ônibus e em locais públicos de grande circulação de pessoas. Nossas bases de dados, de identidade civil, de identificação criminal, do DETRAN e de mandados de prisão em aberto estão todas interligadas. Desta forma, o Espírito Santo está unindo tecnologia avançada à expertise do trabalho policial, e o resultado será um aumento gradativo de prisões qualificadas e mais segurança para os capixabas", destacou o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno.

Foi o que ocorreu na manhã desta quinta-feira (12). Quando o acusado passou em frente a uma das câmeras, instalada no município de Cariacica, foi identificado pelo sistema e uma equipe da Superintendência de Polícia Interestadual e Captura (Supic) foi comunicada, realizando a abordagem. O homem foi preso sem oferecer resistência e já se encontra no Sistema Prisional.

"O sistema de Reconhecimento Facial proporcionou uma facilidade maior, pois temos uma ferramenta tecnológica nos auxiliando na atividade física, nas ruas. Nós temos um tempo técnico pré-estabelecido de 8 a 14 segundos, a partir da identificação no sistema, para que a equipe no local seja acionada e o policial receba a imagem, o que nos dá um índice de acerto de 99% e o mínimo de efeitos colaterais. Este indivíduo foi preso em Cariacica, por uma equipe de três policiais e a abordagem rápida e precisa não deu qualquer oportunidade de reação", explicou o superintendente de Polícia Interestadual e Captura da Polícia Civil, delegado Júlio Cesar.

Desde o lançamento do Projeto Piloto até a manhã desta sexta-feira (13), a tecnologia de Reconhecimento Facial já ajudou a prender 150 pessoas com mandados de prisão em aberto no Estado, sendo quase a metade acusados de homicídios, roubo e tráfico de entorpecentes.

As câmeras estão instaladas em locais e prédios públicos, além de parte da frota do Sistema Transcol. Seus locais exatos não são divulgados para garantir a eficácia do recurso. O Projeto Piloto está em fase de finalização e, em breve, o sistema passará a operar de forma plena.


Sobre o crime

Anderson Luiz Lira foi morto enquanto trabalhava, como motorista de aplicativo. Segundo as investigações, conduzidas pela Delegacia de Segurança Patrimonial (DSP), o homem preso nesta quinta-feira e um comparsa, de 54 anos, mataram Anderson com o objetivo de roubar o carro e outros pertences da vítima, como carteira e dinheiro. O comparsa foi preso em flagrante dias depois do crime.

Na data do crime, os suspeitos embarcaram no veículo de Anderson se passando por passageiros. Em determinado momento da corrida, a dupla anunciou o assalto, mostrando uma arma de fogo, e o motorista reagiu. Diante da reação, um deles aplicou um mata-leão em Anderson, sufocando-o e, em seguida, os criminosos dispararam, atingindo a vítima no maxilar. O motorista morreu na hora.

Buscando sair impune, a dupla decidiu enterrar o corpo de Anderson na areia da praia de Jacaraípe e fugir, dando fim também ao carro e aos pertences da vítima. O veículo foi localizado no dia 05 de junho, totalmente carbonizado, próximo a uma lagoa, também na região de Jacaraípe.

Três dias depois, em 08 de junho, o suspeito de 54 anos acionou a Polícia Militar relatando que teve um desentendimento com o comparsa e que gostaria de apontar à Polícia o local onde o corpo de Anderson estava. Inicialmente, ele negou envolvimento no crime e afirmou ter sido obrigado a enterrar o corpo. Depois, a investigação demonstrou que ele estava mentindo. O corpo foi localizado pelas equipes policiais e reconhecido pela família.

O detido nesta quinta-feira tem passagens pelo sistema prisional desde 1997, tendo respondido pelos crimes de furto, roubo e porte ilegal de arma, entre outros. Após idas e vindas em presídios do Estado, ele fugiu do regime semi-aberto em 2017. Na prisão desta quinta-feira (12), foram cumpridos dois mandados de prisão, sendo um pelo latrocínio e outro relacionado à recaptura.




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