Campeã olímpica morta em cordilheira de 5.700 metros deixou escrito para 'ninguém se arriscar a socorrê-la' de acidentes

Ex-biatleta alemã, Laura Dahlmeier, bicampeã olímpica de Inverno em 2018, está 'sem sinais de vida' após sofrer grave acidente em montanha no Paquistão — Foto: Jonathan Nackstrand/AFP

A alemã Laura Dahlmeier, bicampeã olímpica de biatlo nos Jogos de Inverno de 2018, foi declarada morta após sofrer um acidente há dois dias em uma montanha no Paquistão. A hipótese mais plausível, segundo a agência de representação dela, é que a ex-atleta tenha morrido "instantaneamente" na segunda-feira, "com base nas observações feitas desde o helicóptero e o relato de sua companheira" de expedição.

A biatleta "havia manifestado claramente por escrito que, em uma situação como essa, ninguém deveria arriscar a vida para socorrê-la", revelou a agência.

Aos 31 anos, a sete vezes campeã mundial de biatlo foi "vítima de uma queda de pedras" a 5.700 metros de altitude quando tentava escalar o pico Laila, uma montanha na Cordilheira do Caracórum (norte do Paquistão), informou a mesma fonte.

"Os esforços de salvamento para resgatá-la fracassaram", dada a natureza perigosa do local, que torna "impossível" a operação, interrompida ao anoitecer, explicou em nota a agência Nine@One.

Sua companheira de expedição, que saiu "ilesa", "abriu imediatamente um chamado de socorro e a operação de resgate foi iniciada imediatamente", explicou a agência.

Resgate 'impossível'

A parceira "tentou durante várias horas socorrê-la, mas foi impossível pela dificuldade do terreno e a queda de pedras persistente". Depois de constatar que Dahlmeier "não dava sinais de vida", a companheira decidiu, ao anoitecer, "abandonar essa área perigosa e continuar a descida".

Os ocupantes de um helicóptero militar localizaram a ex-campeã olímpica na terça-feira, mas não observaram "nenhum sinal de vida" e uma operação de resgate por via aérea foi descartada.

Nesta quarta-feira, uma equipe internacional de montanhistas foi formada para tentar socorrer Dahlmeier, mas a tentativa de resgate terrestre também foi descartada porque as pedras continuavam caindo.

Alpinista experiente

Dahlmeier, alpinista experiente, estava no Paquistão desde o final de junho e já tinha chegado ao topo da Grande Torre Trango (6.286 metros).

Nas últimas semanas, a região foi afetada por fortes ventos e chuvas torrenciais, condições meteorológicas "extremamente difíceis" para a prática do montanhismo, disse Mohammed Ali, chefe local da Autoridade de Gestão de Catástrofes.

Dominante no Mundial de Biatlo de 2017, em Hochfilzen (Áustria), com cinco títulos e uma medalha de prata em seis provas, Laura Dahlmeier foi campeã na velocidade e na perseguição, além de bronze no individual, nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang-2018.

Após essa edição dos Jogos, ela encerrou a carreira em 2019, aos 25 anos, e além de ter trabalhado como comentarista de provas de biatlo para a emissora alemã ZDF, passou a praticar alpinismo.

Em novembro, depois de obter o certificado de guia de montanha e esqui, foi até o topo do Ama Dablam (6.812 m), no Himalaia, com um novo recorde de velocidade nesta subida.

Fonte: G1


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