Moradora da Asa Sul, idosa foi achada em situação de abandono, sem higiene e cuidados com saúde. Filho tinha R$ 100 mil escondidos no imóvel

Preso por manter a própria mãe, de 75 anos, trancada em um apartamento sujo, tomado por fezes de animais, sangue e mau cheiro, na 406 Sul, Cláudio de Souza Cavalcante (foto em destaque), 54, trabalhava como detetive particular. Além disso, ele costumava se apresentar com uma “carteira funcional” com título de “investigador civil”.
Profissional do setor privado e com trabalho regido pela Lei Federal nº 13.432/2017, Cláudio podia ser contratado por pessoas físicas ou jurídicas para coletar informações de interesse pessoal, conjugal, familiar, empresarial ou judicial.
A função, porém, não dá autorização para assumir investigações criminais, portar armas, acessar bancos de dados sigilosos do Estado ou exercer cargos de autoridade pública em função da profissão – e sem passar pelos processos necessários, como concursos ou eleições.
Cláudio foi preso na manhã dessa terça-feira (29/7), durante a Operação Curare, da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação (Decrin), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Ele é investigado por manter a mãe em situação de cárcere privado, abandono e maus-tratos.
A idosa, diagnosticada com Alzheimer em estágio avançado, foi achada por policiais militares enquanto caminhava desorientada pela rua. Ela estava descalça, com um corte profundo no pé e usava uma tipoia rasgada.
O zelador do prédio onde ela mora a reconheceu e indicou aos PMs o número do apartamento da vítima. Dentro da residência, os militares se depararam com um cenário degradante, com forte odor de urina e nenhuma comida ou medicamento disponível.
Cláudio confessou que trancava a mãe sozinha em casa e alegou que o ferimento no pé dela havia sido causado por uma mordida de cachorro. Mesmo assim, não buscou atendimento para a vítima.
A polícia também apura se ele se apropriou de valores da herança deixada pela avó, que morava no mesmo apartamento e morreu recentemente, aos 99 anos. Isso porque, durante a Operação Curare, policiais civis encontraram mais de R$ 100 mil em espécie escondidos no quarto dele.
Fonte: Metrópoles