Sentença é aumentada após promotora alegar que assassinato ocorreu na frente de familiares; crime foi motivado por dinheiro

Mãe e filho que mataram pai com 24 facadas têm pena aumentada para 55 anos – Foto: Divulgação/Freepik/ND
Condenados pelo Tribunal do Júri da cidade de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, mãe e filho que mataram pai tiveram as penas aumentadas para mais de 55 anos de prisão, após recurso do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).
Ambos foram considerados culpados pelo homicídio triplamente qualificado de um homem de 44 anos. A pena da mulher, que havia sido fixada em 18 anos de reclusão, passou para 30 anos e um mês. Já a do filho aumentou de 16 para 25 anos e dez meses de prisão, ambos em regime inicial fechado.
Mãe e filho que mataram pai com 24 facadas modificaram a cena do crime
No recurso, a promotora de Justiça, Greice Chiamulera Cristianetti, solicitou, e teve acolhido pelo Tribunal de Justiça, o pedido de aumento, em razão de o crime ter sido cometido na presença de uma adolescente (nora da vítima) e de um bebê (neto).
Além disso, os réus se aproveitaram da relação doméstica e da convivência com o homem para cometer o assassinato, já que, apesar de estar morando provisoriamente em outro local, a residência onde o crime ocorreu também era da vítima.

Mãe e filho que mataram pai limparam o local do crime antes da polícia chegar – Foto: Divulgação/Polícia Militar/ND
Também foi considerado, para o aumento da pena, o fato de os réus terem planejado o crime e alterado a cena: eles limparam o local antes da chegada da polícia e afundaram o celular da vítima em água para dificultar a investigação.
Vítima foi atraída até a ex-residência
Edson, de 43 anos, estava separado da ex-companheira e ré, há mais de um mês, quando pretendia oficializar a separação. O homem procurou auxílio jurídico e reuniu os documentos necessários para o pedido de divórcio.
No dia seguinte, a vítima retornou ao escritório com a documentação, quando a ex-mulher lhe enviou mensagens pedindo que fosse pessoalmente buscar dois arquivos que estariam na antiga residência do casal.
Edson foi até o local, casa em que viveu por 20 anos com a família. Ao chegar, foi brutalmente assassinado pela ex-companheira e pelo próprio filho, com 24 golpes de faca.
O crime ocorreu em Criciúma, em setembro de 2022. Os réus haviam sido condenados por homicídio triplamente qualificado após mais de 16 horas de julgamento, realizado no dia 12 de outubro de 2024.
Crime foi motivado por dinheiro
De acordo com a tese apresentada pelo MPSC aos jurados, o crime foi planejado para que mãe e filho pudessem obter vantagem financeira com a morte da vítima.
O objetivo era receber o valor do seguro vinculado a um financiamento bancário feito para a construção de um imóvel, já que a morte de Edson quitava o financiamento, além de garantir o recebimento da pensão por morte.
Os réus também sacaram o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) do homem, recebendo mais de R$ 11.500 em verbas rescisórias, e ingressaram com uma ação de inventário.
O assassinato foi agravado por três fatores. O primeiro foi o interesse financeiro, já que o crime ocorreu pelo desejo de lucro. O segundo foi a forma extremamente cruel, pois a vítima sofreu intenso sofrimento físico ao ser esfaqueada no tórax e no abdômen 24 vezes. E o terceiro foi a traição: a mulher atraiu o ex-marido ao local sob o pretexto de entregar documentos, aproveitando-se da confiança que ele ainda tinha nela.
Os condenados, que já estavam presos preventivamente, tiveram o direito de recorrer em liberdade negado.
Fonte: ND Mais