O hábito matinal que pode estar afetando sua pressão sem você perceber



Entre as diversas práticas matinais adotadas por milhões de pessoas ao redor do mundo, poucas são tão populares quanto o consumo do café logo após acordar. O hábito de tomar café pela manhã faz parte da rotina de aproximadamente dois terços dos adultos, que buscam energia e foco para iniciar o dia. Entretanto, recentemente, tem chamado atenção a relação entre a ingestão desse estimulante e o aumento temporário dos níveis de pressão arterial, um tema relevante especialmente para quem se preocupa com a saúde cardiovascular.

Manter a pressão arterial sob controle é fundamental para evitar complicações como acidentes vasculares cerebrais, infartos e comprometimento renal. O café, por sua vez, é motivo de debates por conter cafeína, substância que pode interferir diretamente no funcionamento do sistema cardiovascular. Por isso, entender como esse hábito impacta o organismo tornou-se uma preocupação recorrente entre especialistas em saúde e cardiologistas.


Por que o café pode elevar a pressão arterial?

A elevação nos valores da pressão arterial após o consumo de café está diretamente associada à presença da cafeína. De acordo com estudos científicos, a cafeína estimula o sistema nervoso simpático, ocasionando o enrijecimento momentâneo das artérias. Esse efeito pode provocar um aumento de até 10 mmHg na pressão arterial em alguns indivíduos, especialmente nos primeiros 30 minutos após o consumo.

O impacto, no entanto, varia conforme a quantidade de cafeína ingerida. Versões descafeinadas ou com menor teor de cafeína tendem a causar mudanças menos expressivas. Dados recentes apontam que para pessoas sem histórico de hipertensão, essa elevação é geralmente temporária e não representa riscos significativos à saúde.


Quem deve se preocupar com o aumento de pressão após o café?

Embora a maioria da população tolere bem o café, indivíduos diagnosticados com hipertensão, especialmente aqueles com dificuldades para controlar os níveis de pressão, devem adotar atenção redobrada. Nestes casos, o consumo de bebidas cafeinadas pode representar um agravante, visto que pequenas elevações crônicas podem influenciar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares.


Especialistas sugerem que quem tem pressão alta monitore regularmente os valores após o consumo matinal do café. Essa atitude pode ajudar a entender como o organismo reage e, caso necessário, ajustar os hábitos sob orientação médica. É recomendado evitar grandes quantidades de café concentrado e, sempre que possível, optar por versões com menos cafeína.
  • Monitoramento da pressão em casa
  • Consulta com um cardiologista para avaliação individualizada
  • Redução gradual do consumo se necessário
Café. Créditos: depositphotos.com / IgorVetushko


Beber café faz bem ou prejudica o coração?

Há muita curiosidade sobre os efeitos do café na prevenção de doenças cardíacas. Pesquisas mais recentes indicam que o consumo moderado, dentro das quantidades recomendadas — até 400 mg diários de cafeína, o equivalente a cerca de três a quatro xícaras de café —, é considerado seguro para adultos sem condições de saúde pré-existentes. Além disso, há evidências sugerindo que pessoas que mantêm o hábito de tomar café todas as manhãs podem apresentar menor risco de mortalidade por doenças cardiovasculares em comparação àqueles que consomem café durante todo o dia.

Outro ponto levantado em estudos publicados até 2025 é a associação entre o consumo habitual de café e a redução do risco de desenvolver hipertensão, insuficiência cardíaca e arritmias como a fibrilação atrial. Portanto, quando inserido de forma equilibrada no dia a dia, o café pode fazer parte de uma rotina saudável para o coração.
  • Manter ingestão moderada de cafeína
  • Observar reações individuais
  • Reservar atenção especial aos fatores de risco pessoais

Existe uma alternativa segura para quem tem pressão alta?

Muitos indivíduos buscam alternativas para não abrir mão do sabor e ritual de preparar café, mesmo precisando controlar a ingestão de cafeína. Nesses casos, optar por café descafeinado é uma saída interessante, uma vez que mantém o aroma e o gosto característicos, porém com efeitos mínimos na pressão arterial.

Outra sugestão comumente adotada por pacientes com hipertensão é o consumo de chá, sobretudo os de ervas, que costumam ter quantidade reduzida de cafeína em relação ao café tradicional. Vale reforçar a importância de manter acompanhamento frequente com profissionais da saúde para orientações personalizadas.

Em síntese, o café faz parte do cotidiano de milhões de pessoas e, embora possa gerar um aumento passageiro da pressão arterial, o consumo moderado demonstra ser seguro e até benéfico para a maioria dos adultos. Para garantir mais segurança, especialmente para quem já convive com hipertensão ou outras condições de risco cardíaco, a recomendação é o consumo consciente e, sempre que possível, com acompanhamento médico apropriado.


Fonte: Correio Braziliense





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