Grupo com família de 5 pessoas de Vitória, Espírito Santo, relatou que praias estavam fechadas e cidade estava vazia.
Uma família de brasileiros estava de férias em uma cidade na costa do Japão quando foi surpreendida pelo alerta de tsunami na quarta-feira (29). O aviso chegou no celular do grupo de cinco capixabas assim que eles chegaram pela manhã em Atami, que fica a menos de uma hora da capital Tóquio.
O alerta foi dado após um terremoto de magnitude 8,8 provocar um tsunami na Península de Kamtchatka, no leste da Rússia. O fenômeno também foi registrado no Japão e no estado do Havaí, nos Estados Unidos. Autoridades emitiram alertas para risco de ondas destrutivas em diversos países banhados pelo Oceano Pacífico.
Cesar Ronaldo Vieira, tem 46 anos, é oftalmologista e contou ao g1 que foi passear com a família pela Coreia e Japão desde o início de julho. Com o alerta, o grupo encontrou as praias fechadas na cidade japonesa e precisou alterar o roteiro da viagem.
"Quando chegamos na cidade por volta das 10h o telefone de todo mundo recebeu a mensagem de alerta, mas ela veio toda em japonês. Eu dei um print, coloquei no google tradutor e vi que era um alerta de tsunami. A região que nós estávamos estava em alerta máximo e tinha previsão de que às 11h30 chegariam ondas de até três metros", disse.
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Família do Espírito Santo recebeu mensagem de alerta de tsunami enquanto visitava cidade turística na costa do Japão — Foto: Acervo pessoal
Organização e calma
O oftalmologista destacou que mesmo com o alerta, a população local estava bem tranquila, mas que poucas pessoas andavam pelas ruas da cidade.
"O taxista que estava nos levando informou que a praia estava fechada e realmente ela estava vazia. Poucos carros na rua. Nós fomos então para uma região elevada e ficamos lá até a hora do almoço. A gente ouvia a sirene de tsunami tocando de tempo em tempo, mas todo mundo estava super tranquilo, a sensação era de que todo mundo já estava acostumado com esses alertas, sem correria, tudo muito organizado", destacou.
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Família do Espírito Santo viajou para cidade na costa do Japão e encontrou praias fechadas após alerta de tsunami — Foto: Acervo pessoal
A TV estatal japonesa disse que o tsunami chegou ao norte do país, mas com ondas abaixo de 1 metro. O governo do Japão prevê que novas ondas podem atingir até 3 metros e emitiu alertas de emergência para a população.
No período em que estiveram na cidade, o grupo só observou que os barcos que estavam na praia saíram do porto e ficaram parados no meio do mar.
Após algumas horas, a família voltou para Tóquio. César comentou que nunca tinha passado por uma situação parecida.
"A gente mora em Vitória, em uma ilha, mas não estamos acostumados com isso. A imagem que nós temos quando fala em tsunami é aquela da Tailândia, a gente logo associa a isso. Mas no período que ficamos na cidade, não vimos nenhuma movimentação do mar. Tem uma certa apreensão né, você está de férias e chega uma mensagem no seu celular. Mas hora nenhuma a situação fez a gente temer pela vida", pontuou.
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Família do Espírito Santo recebeu alerta de tsunami enquanto aproveitava férias no Japão — Foto: Acervo pessoal
Além disso, o oftalmologista apontou que a família ficou acompanhando as atualizações sobre os níveis de alerta da tsunami pelo celular.
A agência meteorológica do Japão rebaixou os alertas de tsunami para boa parte do arquipélago. O norte do país, no entanto, permanece no nível máximo de aviso.
"Tudo é muito bem explicado, eles tem rota de evacuação para terremoto, tornado, tsunami. Já de volta para Tóquio vimos que aos poucos o nível de alerta foi diminuindo", disse.
Terremoto registrado no mar
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Família de capixabas foi até ponto mais alto de cidade na costa do Japão após receber alerta de tsunami — Foto: Acervo pessoal
Diversos países ao longo do Oceano Pacífico foram atingidos por ondas do tsunami causado pelo terremoto de magnitude 8,8 na costa da Rússia. O tremor foi sentido na manhã desta quarta-feira (30), pelo horário local (noite de terça-feira no Brasil).
Este foi o terremoto mais forte desde o que destruiu Fukushima, no Japão, em 2011.
O maior impacto foi sentido no extremo leste da Rússia. Imagens mostram estruturas do porto Severo-Kurilsk, no sul da península Kamtchatka, sendo arrastadas pela água.
O tremor foi tão grande que países como Japão, Estados Unidos, México e Chile emitiram alertas para as ondas. As medidas incluíram evacuações em massa, suspensão de atividades marítimas e recomendações de não aproximação das áreas costeiras.
Fonte: G1 ES