Donos da Camisaria Colombo são presos por suspeita de fraude bancária e ocultação de bens


Álvaro Jabur Maluf Júnior e Paulo Jabur Maluf foram alvo de mandados de prisão temporária na Operação Fractal por fraude digital e furto de dinheiro para manipular processo de recuperação judicial; advogados sustentam que empresários não cometeram irregularidades

Os irmãos Álvaro Jabur Maluf Júnior e Paulo Jabur Maluf, donos da Camisaria Colombo, foram presos nesta quinta-feira, 21, por suspeita de envolvimento em fraudes no sistema bancário e ocultação de patrimônio. Investigadores da Polícia Civil de São Paulo estimam que a trama teria rendido aos empresários R$ 21 milhões.

Em nota, o advogado Victor Waquil Nasralla, que representa Álvaro, informou que ele foi “absolutamente surpreendido” com a prisão temporária e que a defesa está trabalhando para “elucidar os fatos e demonstrar que ele não teve participação em qualquer ato ilícito”. A defesa de Paulo Jabur Maluf nega que ele tenha praticado qualquer tipo de fraude. Sustenta ainda que ele explicou em depoimento a natureza das operações financeiras investigadas. “A defesa espera a restituição da liberdade de Paulo e irá comprovar que, efetivamente, ele jamais agiu de má fé ou de forma criminosa”, diz a nota.

A Justiça de São Paulo determinou a prisão temporária de quatro investigados, entre eles os irmãos Jabur Maluf, e autorizou buscas em 12 endereços em São Paulo, Avaré, Birigui e Brasília. Um dos suspeitos está foragido.

Segundo a investigação, o sistema da PagSeguro foi manipulado por meio de fraudes digitais para criar créditos inexistentes. Isso foi possível por uma “vulnerabilidade” do sistema, de acordo com a Polícia Civil. Depois disso, o dinheiro foi movimentado de forma pulverizada em diversas contas bancárias.

Entre os dias 1 e 21 de outubro de 2024, foram realizadas mais de 2,6 mil operações que resultaram na transferência de mais de R$ 21 milhões para uma conta centralizada, segundo a Polícia Civil.

Álvaro Jabur Maluf Júnior, um dos donos da Camisaria Colombo. Foto: Hélvio Romero/Estadão

O objetivo, de acordo com os investigadores, era dissimular bens e valores no processo de recuperação judicial da Camisaria Colombo, em prejuízo aos credores.

A investigação que levou à Operação Fractal teve início em dezembro a partir de uma denúncia da própria PagSeguro, que identificou e reportou o furto às autoridades.

A Divisão de Crimes Cibernéticos está à frente do inquérito. Um dos objetivos agora é identificar todos os beneficiados pelas transferências e confirmar se houve fraude contra credores da empresa.



Fonte: Estadão




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