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Bairro onde vítima permaneceu em situação análoga à escravidão por mais de 20 anos, na Argentina — Foto: Reprodução / Facebook |
A cidade de Despeñaderos, no departamento argentino de Santa María,na província de Córdoba, foi abalada pela notícia brutal do resgate de uma mulher de um estado de violência e abandono. A vítima passou mais de 20 anos em servidão pelo marido e pelos filhos e conseguiu escapar após uma fonte anônima apresentar uma queixa à Justiça. Agora, o juiz responsável pelo caso ordenou a prisão do marido da vítima e de uma de suas filhas.
Segundo o veículo de comunicação local Cadena 3, os agressores não só espancavam regularmente a mulher de 50 anos, como também ocasionalmente lhe forneciam comida. O promotor de Alta Gracia, Alejandro Peralta Otonello, explicou que, quando ela foi resgatada, estava em estado de choque, com extrema deterioração física e desnutrição, "praticamente trancada" e não podia sair para o pátio ou para a rua.
Para ilustrar a violência da situação a que foi submetida, a argentina contou que suas unhas dos pés tiveram que ser cortadas com uma lixadeira devido ao nível de negligência. Após receber atendimento médico, a vítima foi internada no Hospital Arturo Illia, em Alta Gracia, para tratamento e estabilização.
Em todos os depoimentos, pessoas próximas a ele se mostraram surpresas com a situação e afirmaram que a família "parecia levar uma vida normal", que o homem ia trabalhar, mas que a mulher "raramente saía de casa".
Os réus no caso
De acordo com relatos de vizinhos, uma menina de 11 anos, filha do casal, também está recebendo apoio psicológico após o reencontro da mãe. O juiz determinou a prisão imediata do marido, acusado de abandono de pessoa, e de outra filha, de 22 anos, acusada de abandono qualificado. Dois outros filhos do casal também foram indiciados, apesar de a prisão não ter sido decretada.
Embora a investigação esteja em segredo de justiça, fontes judiciais informaram à Cadena 3 que o Ministério Público encontrou provas suficientes para justificar as medidas tomadas.
Fonte: O Globo