VÍDEO: Câmera de segurança flagra momento em que gari é baleado e cai ao chão


Imagens mostram carro igual ao do suspeito que está preso passando pela rua do crime. O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior confirmou que tem um carro deste mesmo modelo, mas negou que seja o dele.

Câmera mostra veículo passando (esq) e, momentos depois, garis voltando assustados (dir). — Foto: Reprodução

Câmeras de segurança flagraram o momento em que o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, cai ao chão após ser baleado. As imagens foram filmadas na esquina entre as ruas Jequitibá e Modestina de Souza, no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (11). 

As imagens mostram, momentos antes dos disparos, o veículo modelo SUV da marca BYD descendo pela rua Modestina de Souza e virando pela Jequitibá. Depois, Laudemir e outros colegas aparecem no vídeo, subindo a rua Modestina de Souza, assustados. Em seguida, Laudemir cai ao chão.

Segundo testemunhas, o veículo pertence ao suspeito de atirar contra o gari, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior. Ele foi preso em flagrante e, na manhã desta quarta-feira (13), a prisão foi convertida em preventiva. Com isso, ele segue detido por tempo indeterminado.

Um outro vídeo, filmado por testemunhas, mostram o momento em que o carro deixa o local do crime, pela rua Jequitibá. 

À polícia, Renê Júnior confirmou que tem um carro deste mesmo modelo, SUV da marca BYD, mas negou que seja o utilizado no crime, diferente do que diz a polícia. Ele também negou ter passado pelo local dos fatos.

Os coletores de lixo que trabalhavam no momento do crime relataram à polícia que o motorista do carro parou ao lado do caminhão de coleta e foi orientado a seguir, já que havia espaço para passar.

Segundo eles, o homem reagiu de forma agressiva, engatilhou uma pistola e ameaçou a motorista: “se você esbarrar no meu carro eu vou dar um tiro na sua cara”.

O g1 procurou os advogados do suspeito para uma manifestação, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

Renê da Silva Nogueira Júnior, empresário preso por atirar em gari em briga de trânsito — Foto: Reprodução


Relembre o caso

  • Laudemir Fernandes foi morto a tiros na manhã desta segunda-feira (11), após uma discussão de trânsito. Ele trabalhava na coleta de lixo quando, segundo testemunhas, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior pediu que o caminhão fosse retirado da via, para que ele passasse.
  • A mulher que dirigia o caminhão afirmou que tinha espaço suficiente para o carro passar. Ele teria se irritado e ameaçado atirar na motorista. Os garis tentaram intervir e pediram que ele se acalmasse.
  • O crime aconteceu no encontro das ruas Jequitibá e Modestina de Souza, no bairro Vista Alegre, Região Oeste de Belo Horizonte.
  • Horas depois, o empresário foi localizado em uma academia, no bairro Estoril, onde foi preso em flagrante. No momento da prisão, ele negou o crime.
  • O suspeito, casado com uma delegada da Polícia Civil de Minas Gerais, foi levado para o Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
  • Após o depoimento, ele foi transferido para o Ceresp Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte. Renê disse que a arma utilizada pertence à esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira.
  • A Polícia foi até o endereço do casal, recolheu a arma que, segundo o boletim de ocorrência resultou na morte do gari, e uma outra, ambas pertencentes à delegada.
  • A delegada Ana Paula foi conduzida para a Corregedoria da Polícia Civil para prestar esclarecimentos e teve o celular apreendido. Ela não estava presente no momento do crime.
  • A polícia investiga se houve negligência da parte da delegada na cautela da arma. Caso seja confirmado, caracteriza-se transgressão disciplinar.
  • Segundo as investigações, o empresário Renê da Silva Nogueira Junior não possui registro de arma de fogo no nome dele e nem porte de arma.
  • A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a conduta da delegada, esposa do empresário, em torno dos crimes de omissão de cautela e prevaricação. Até o fim das investigações, ela segue no cargo.

Fonte: G1 MG



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