Investigação está em andamento na 30ª DP do Rio de Janeiro e segue sob sigilo
Um homem com esquizofrenia morreu após ser agredido e asfixiado em um tempo da Igreja Universal em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A morte de Giusepe Bastos de Souza, de 31 anos, é investigada pela Polícia Civil.
Em entrevista à Band News FM Rio, Desire Bastos, irmã da vítima, relatou que a família buscava tratamento para a doença de Giusepe pelo SUS há cinco anos. Ela explicou que, como ele se recusava a ser internado, o tratamento não podia ser realizado de forma forçada.
Desire também disse que o irmão teve um surto psicótico momentos antes de entrar na igreja, onde foi agredido por homens que estavam no local. "Ele teve um surto, foi pra rua, entrou dentro de uma igreja. Ele tava realmente bem nervoso, chegou a quebrar a porta da igreja", relatou a irmã.
Segundo ela, os membros da igreja, em vez de tentarem contê-lo, pegaram-no e deram um mata-leão. "Jogaram ele no chão, deixaram ele sem ar. E o Samu [serviço de atendimento de urgência] chegou junto comigo. A socorrista do Samu chegou a relatar no local que mataram ele, que sufocaram ele", disse a irmã, acrescentando não ter recebido nenhum apoio da igreja após o ocorrido.
Atendimento em estado grave
A Fundação Saúde, que administra a UPA Marechal Hermes, relatou ao Terra que o paciente deu entrada na unidade na noite do dia 14, em estado grave.
Ele teria sido "prontamente atendido por equipe multidisciplinar, que prestou toda a assistência necessária a seu quadro de saúde". Apesar dos esforços, ele morreu na manhã do dia 15.
O que diz a igreja?
À reportagem, a Igreja Universal alegou que o homem em estado de agitação chegou ao templo causando preocupação entre os presentes, e que, durante o episódio, ele se feriu ao quebrar uma porta de vidro e agrediu um frequentador.
"A situação envolveu também uma voluntária da Igreja, que foi perseguida até o estacionamento. A equipe da Igreja agiu prontamente para proteger os presentes e aguardou a chegada do Samu e da polícia, já acionados. A Instituição registrou boletim de ocorrência e está colaborando com as autoridades competentes", disse em nota.
A Polícia Civil informou que a investigação está em andamento na 30ª DP (Marechal Hermes) e segue sob sigilo.
Fonte: Terra