Toyota deixará de produzir 30 mil carros no Brasil por causa de tempestade


Desastre na fábrica da empresa em Porto Feliz (SP) também reduzirá as exportações da empresa em 12 mil motores

Montadora pode deixar de fabricar 30 mil veículos após temporal devastar fábrica de motores

Depois da tempestade, a bonança. É o que diz o ditado, mas não é o caso da Toyota. A montadora deve deixar de fabricar 30 mil carros no Brasil em 2025. A culpa da queda na expectativa de produção é o temporal que aconteceu na segunda-feira (22).

O mau tempo causou danos severos à unidade, que deve ficar com a produção parada até, pelo menos, janeiro de 2026. “Dessa forma, a Toyota terá perda de 10 mil carros por mês de produção. São veículos que atendem ao mercado brasileiro, além de destinados a exportação à Argentina e outros países do Mercosul”, diz David Wong, sócio da consultoria Alvarez & Marsal.

Em Porto Feliz é fabricado o motor 2.0 flex de até 175 cv de potência que abastece as linhas de montagem da Toyota em Indaiatuba, onde é feito o Corolla sedã, e em Sorocaba, que produz o SUV Corolla Cross. Essa última unidade estava prestes a iniciar a montagem do Yaris Cross, cujo lançamento estava confirmado para outubro, mas foi adiado.

Chuvas e ventanias danificam estruturas de fábrica da Toyota, em Porto Feliz, interior de São Paulo. Foto: Defesa Civil/Divulgação


Toyota adia Yaris Cross e deixa de exportar motores

“Com isso, eles perdem a oportunidade de fazer o lançamento do carro no último trimestre do ano”, diz Wong, lembrando que esse é um período tradicionalmente aquecido para as vendas.

Como se não bastasse, caso as linhas de Porto Feliz fiquem mesmo paradas por três meses, o especialista estima que a montadora deixará ainda de exportar 12 mil motores para os Estados Unidos.

O vendaval que acompanhou a chuva causou estragos consideráveis à fábrica de motores da companhia em Porto Feliz. Telhas de zinco, por exemplo, foram arrancadas e encontradas a quilômetros de distância. Relatos indicam ainda danos sérios à estrutura do empreendimento.

Além disso, equipamentos de alta precisão foram comprometidos tanto pela água quanto pelo impacto de estruturas que desabaram. Como se trata de uma planta com ambiente controlado e máquinas extremamente sensíveis, o processo de recuperação será longo e complexo.

“Se fizermos a comparação com um carro, deu perda total na fábrica”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, Leandro Soares, em entrevista à Reuters após reunião com a montadora.


Fonte: Estadão



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