Vírus no WhatsApp checa localização e hora para roubar brasileiros; entenda como ele age

Brasileiros são alvo de novo vírus que chega por arquivo malicioso no WhatsApp Web; veja como se proteger — Foto: Reprodução/Rawpixel

A sua conta bancária pode estar em risco, e o motivo é um novo trojan voltado a usuários no Brasil. Segundo a Kaspersky, a ameaça chamada Maverick vem se espalhando pelo WhatsApp Web por meio de um arquivo compactado que, ao ser compartilhado e executado, se infiltra no sistema do dispositivo e o infecta, de modo semelhante ao SORVEPOTEL e ao Coyote, que circulou em 2024. A diferença é que esse vírus atua diretamente na memória do computador, o que torna sua detecção muito mais difícil para antivírus tradicionais. Além disso, o malware coleta informações como localização e horário para confirmar se o dispositivo está em território brasileiro.

Para driblar o golpe, jamais abra links e arquivos com conteúdo desconhecido, e, caso sejam enviados por contatos próximos, confirme a veracidade da informação. A seguir, veja como o vírus se propaga e quais cuidados adotar para se proteger de arquivos maliciosos no WhatsApp.

1. Modo de operação

O pacote malicioso com um arquivo compactado (.zip), que contém um atalho do Windows (.lnk), costuma chegar pelo WhatsApp, geralmente enviado por um contato conhecido que já foi comprometido. Na mensagem, a vítima é induzida a abrir o arquivo no computador, para que a instalação do vírus seja bem-sucedida. Ao ser executado, o trojan desativa recursos de segurança locais, como o Microsoft Defender, e é carregado na memória. Então, passa a atuar de maneira invisível, o que dificulta sua identificação por antivírus tradicionais.

Antes de iniciar o golpe, Maverick verifica se a vítima é, de fato, brasileira. Para isso, checa características do sistema, como idioma, fuso e formato de data. Em caso positivo, o malware é ativado e passa a monitorar a digitação, tirar prints da tela, observar acessos a sites de bancos e corretoras de criptomoeda, além de controlar o WhatsApp Web do usuário, enviando o arquivo malicioso para contatos da agenda — isso explica as 62 mil tentativas do golpe bloqueadas pela Kaspersky somente no mês de outubro.

Vírus "Maverick" se espalha no WhatsApp por meio de arquivo zipado, que contém instalador de arquivo do Windows; golpe parece ter sido iniciado em 29 de setembro de 2025 — Foto: Kaspersky/Divulgação


Equipes da Kaspersky, Sophos e da Counter Threat Unit identificaram que os atacantes utilizam nomes de arquivos enganosos, como modelos de orçamento ou comprovantes falsos, para induzir usuários a abrir os anexos. Não à toa, esses arquivos recebem nomes como "COMPROVANTE_20251002_XXXX.zip", "RES-20250930_112057.zip" ou "ComprovanteSantander-75319981.682657420.zip".

Segundo Bruno Telles, COO da BugHunt, o ataque combina engenharia social com automação. "Esse comportamento tipo “worm” faz o malware se espalhar em massa, aproveitando a confiança existente entre contatos e velocidade de compartilhamento das plataformas de mensagens", explica.

2. Semelhanças com outros trojans

O trojan Maverick compartilha muitas características com um malware brasileiro chamado Coyote. Semelhanças em técnicas, alvos e métodos de propagação indicam que os dois podem estar ligados, seja pelo reaproveitamento de código ou pela atuação de grupos cibercriminosos com metas semelhantes.

Outro malware com funcionamento bastante próximo é o recente SORVEPOTEL, que mantém o sistema infectado ativo mesmo após reinicializações e consegue se esconder de antivírus básicos. Além disso, ele transforma o computador comprometido em um ponto de disseminação, enviando automaticamente o arquivo malicioso para outros contatos e aumentando o risco de banimento no WhatsApp por envio de spam.

3. Como se proteger de vírus e golpes?

Para reduzir o risco de contaminação por esse tipo de malware, especialistas aconselham:
  • Evitar abrir arquivos ou links desconhecidos, mesmo que venham de amigos ou contatos confiáveis.
  • Desconfiar de anexos compactados recebidos por WhatsApp ou outras plataformas.
  • Manter softwares antivírus e de segurança sempre atualizados.
  • Bloquear o envio de mensagens suspeitas: se você recebe algo estranho, informe o remetente e não reenvie.
  • Ativar recursos de proteção no sistema operacional, como bloqueio de execução automática e verificação de integridade de arquivos.

4. O que fazer se você já abriu o vírus?

Se o aparelho for comprometido, é importante isolá-lo da rede, desconectando-o da internet e encerrando todas as sessões ativas do WhatsApp. Uma medida simples é ativar o modo avião no computador. Em seguida, realize uma verificação completa do sistema para tentar eliminar qualquer software malicioso — em alguns casos, pode ser necessário até formatar o dispositivo. Em ambientes corporativos, o funcionário deve comunicar imediatamente o setor responsável pela segurança digital da empresa.

Fonte: TechTudo


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