Com emissões de gases-estufa em níveis inéditos e o planeta aquecendo aceleradamente, relatório da Organização das Nações Unidas aponta cenário crítico para o clima global.
De janeiro a agosto deste ano, a temperatura média global ficou cerca de 1,42 °C acima dos níveis pré-industriais, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
As concentrações de gases de efeito estufa, que absorvem e retêm calor, atingiram o nível mais alto dos últimos 800 mil anos.
Como resultado, a OMM e a ONU alertam que 2025 está prestes a se firmar como o segundo ou o terceiro ano mais quente desde que há medições diretas com o ano de 2024 ocupando o primeiro lugar absoluto.
Ou seja: mesmo que os números finais ainda não fechem o ranking, não há dúvida de que os últimos três anos 2023, 2024 e 2025 serão os mais quentes já registrados.
Esse aquecimento acentuado coloca em risco metas internacionais como as definidas no Acordo de Paris de limitar a subida da temperatura média global a “bem abaixo de 2 °C” e de preferência em torno de 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais. Contudo, o relatório aponta que a média plurianual já ultrapassará os 1,5 °C nas próximas décadas a menos que ocorram cortes muito mais rápidos e profundos nas emissões.
Impactos e desafios
A consequência desse ritmo de aquecimento está presente no aumento de eventos extremos: ondas de calor mais intensas, secas prolongadas, chuvas extremas, derretimento acelerado de gelo. A própria OMM destaca que o aumento contínuo das emissões e das temperaturas cria “um novo normal” cada vez mais hostil ao meio ambiente e à sociedade.
Além disso, os compromissos atuais de países e empresas, mesmo que cumpridos, provavelmente não serão suficientes para evitar o cenário de ultrapassagem da meta de 1,5 °C, o que exigiria reduções de emissões muito mais vigorosas.



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