Jovem que nasceu sem cérebro completa 20 anos, contrariando previsão médica


Alex Simpson nasceu com hidranencefalia, uma condição neurológica rara em que os hemisférios cerebrais não são desenvolvidos

Alex Simpson nasceu com hidranencefalia, uma condição neurológica rara • YouTube/Reprodução

Uma mulher que nasceu com hidranencefalia, uma condição neurológica rara em que os hemisférios cerebrais não são formados, comemorou seu 20º aniversário no início deste mês. O marco contrariou expectativas médicas de que ela não viveria para além de quatro anos. 

Alex Simpson nasceu em Omaha, no Nebraska, e foi diagnosticada com a condição rara aos dois meses de idade. Segundo o relato da família ao jornal, Alex tinha apenas "metade do tamanho de um dedo mindinho" de tecido cerebelar na parte posterior do cérebro.

Conforme relata S.J., o irmão de 14 anos de Alex, a jovem precisa de cuidados 24 horas por dia e supervisão constante. Além do apoio dos pais e do irmão, outros membros da família ajustam suas rotinas diárias para atender às necessidades dela, estabelecendo conexões por meio do contato físico.

A família diz ao The Mirror US que acreditam que Alex sobreviveu para além da expectativa médica graças ao ambiente acolhedor que criaram para ela.


O que é hidranencefalia?

A hidranencefalia é uma anomalia congênita (ou seja, que acontece desde o nascimento) que afeta o sistema nervoso central. Segundo a Cleveland Clinic, um bebê que nasce com essa condição não possui os hemisférios cerebrais, que são as duas metades do cérebro, a parte frontal e maior do encéfalo.

Apesar dos termos semelhantes, a hidranencefalia é uma condição diferente da hidrocefalia, caracterizada pelo acúmulo de líquido no cérebro e aumento da pressão intracraniana. A doença pode ser causada por uma anomalia congênita ou ser um sintoma de lesão ou doença, podendo estar, inclusive, associada à hidranencefalia.

No entanto, no caso da hidranencefalia, o próprio cérebro se forma de maneira anormal durante o desenvolvimento fetal.

Os cientistas ainda não sabem quais são as causas da hidranencefalia, mas acreditam que pode estar relacionada a questões genéticas ou à exposição a toxinas durante a gravidez. A condição pode ser diagnosticada pelo ultrassom pré-natal ou ressonância magnética.

Além da ausência de partes do cérebro, a condição leva a sintomas como: falta de desenvolvimento, aumento ou diminuição do tônus muscular, aumento do tamanho da cabeça, problemas de visão e audição, braços e pernas rígidos e dificuldade para respirar.

A hidranencefalia não tem cura. Segundo a Cleveland Clinic, os tratamentos incluem cirurgia para implantação de uma válvula de derivação (tubo) para drenar o líquido do cérebro e reduzir a pressão intracraniana e o uso de medicamentos como anticonvulsionantes, além de fisioterapia e suporte nutricional.

Geralmente, o prognóstico para crianças com hidranencefalia é ruim: a maioria dos bebês morre antes de nascer ou antes de completar um ano de idade, ainda de acordo com a Cleveland Clinic.


Fonte: CNN Brasil




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