Hadeya Okeafor só soube aos 12 anos que fora concebida por FIV e que a clínica cometeu erro na doação
Hadeya Okeafor soube que havia sido concebida por fertilização in vitro quando tinha 12 anos de idade Crédito: Hadeya Okeafor
A arqueóloga Hadeya Okeafor, agora com 26 anos, moradora do Canadá, descobriu uma verdade surpreendente: ela foi concebida por fertilização in vitro (FIV), mas a clínica cometeu um erro na doação de esperma. Hoje, ela tem pelo menos 15 meios-irmãos biológicos.
A revelação veio quando ela tinha 12 anos, durante uma conversa com a mãe. Foi ali que soube que sua concepção não seguira o plano originalmente acordado com a clínica.
Hadeya cresceu em uma família de origem ganesa miscigenada, no entanto, sua cor de pele branca sempre levantou dúvidas. Só quando pediu à clínica uma investigação mais profunda é que seus pais foram informados de que havia ocorrido um erro nos “números de seringa” atribuídos ao doador.
Em um processo de FIV realizado na clínica do médico Firouz Khamsi, suas amostras foram associadas ao sêmen de um doador diferente do esperado — ele tinha cabelo castanho, mas havia sido identificado como ruivo na época.
Mais tarde, por meio de testes genéticos, Hadeya descobriu que cerca de 12 irmãos também haviam sido concebidos com o mesmo doador. Desde então, mais três foram confirmados, totalizando ao menos 15.
Segundo ela, muitas das mães que fizeram uso das amostras também foram orientadas pela clínica a esperar que não houvesse tantos nascimentos — a promessa feita era de no máximo seis a oito crianças por doador, de acordo com relatos reunidos por Hadeya.
Hadeya diz se sentir sortuda por ter crescido em uma “família de dupla cultura”: ela mantém uma forte relação com o pai que a criou, que é ganês, e também abraça sua herança materna canadense.
Esse caso expõe um problema sério em clínicas de reprodução assistida: embora erros sejam raros, eles podem ter impacto profundo e duradouro. Hadeya e seus irmãos formaram um grupo de bate-papo para manter contato, partilhar suas histórias e tentar entender juntos as consequências desse engano.
Da redação com informações da BBC News



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