Filha mais velha da vítima e o mais novo, de 5 anos, testemunharam o homicídio registrado na Serra; mulher foi morta a facadas
Khauany Bittencourt, de 19, viu a mãe ser assassinada Crédito: Oliveira AlvesO desespero de uma filha para salvar a própria mãe marcou as últimas horas de vida de Rayana Bittencourt de Oliveira Rios da Silva, de 36 anos. A estudante de direito Khauany Bittencourt, de 19, viu o companheiro da mãe, identificado como Luan dos Santos Braz, de 29 anos, atacá-la com uma faca dentro de casa, em Residencial Jacaraípe, na Serra, e entrou em luta corporal para impedir que ele continuasse. “Eu assegurei que a faca não entrasse novamente nela”, relatou. O suspeito fugiu e ainda não foi localizado.
Rayana era administradora e deixa quatro filhos. O mais novo, de cinco anos, e a filha mais velha, Khauany, testemunharam a agressão.
Luta corporal
A jovem contou que saiu de Vitória às pressas após receber ligações da mãe por volta de 0h40, pedindo ajuda e afirmando que seria morta. Assim que chegou ao local, por volta de 3h20, encontrou a mãe sendo esfaqueada dentro de casa.
"Minha mãe falou: ‘vai embora daqui, ele vai me matar, ele vai me matar'. Ele estava em cima dela. Aí eu vejo ele fazendo o golpe com a faca e eu já entro”Khauany Bittencourt Estudante de Direito e filha da vítima

Luan dos Santos Braz, de 29 anos, suspeito de matar Rayana Bittencourt Crédito: Reprodução
Ao tentar impedir que o agressor continuasse o ataque, Khauany entrou em luta corporal.
"Eu coloquei meu punho na frente para que ele não colocasse a faca nela mais uma vez"Khauany Bittencourt Estudante de Direito e filha da vítima
A jovem relatou ainda que o motociclista de aplicativo que a levou também tentou ajudar e acabou ferido.
"Ele tentou me ajudar; pelo que eu fiquei sabendo, o motoboy também tomou uma facada"Khauany Bittencourt Estudante de Direito e filha da vítima
Em um dos momentos mais tensos, ela conseguiu derrubar a faca durante a briga. “Nisso que a faca caiu e eu fiz o movimento de pegar a faca, ele fez o movimento de bater mais na minha mãe.” A jovem então avançou contra o agressor: “Ele ficou assim: ‘Vai me dar facada?’ E eu gritava: ‘Vai embora, vai embora’. O homem teria fugido de carro em seguida.
Histórico de violência e ameaças
Segundo Khauany, as agressões eram constantes. Ela afirmou que o suspeito chegou a ser preso durante uma viagem ao Rio de Janeiro após agredir Rayana por ciúmes.
"Ele não aceitava que minha mãe queria largar ele. Ele ficava ameaçando. Eram várias ameaças de que ela tinha que ficar com ele; que, se não ficasse, não ia ficar com mais ninguém. Falava que ia matar ela. Até que aconteceu"Khauany BittencourtEstudante de Direito e filha da vítima
Irmão mais novo também presenciou crime
Uma cena que marcou Khauany foi quando percebeu que o irmão mais novo, de cinco anos, assistia a tudo sem entender o que estava acontecendo. Ela conta que tentava entender se a mãe ainda reagia, mas o choque e a violência da cena a paralisou por alguns instantes.
"O meu irmão me olhava, estava aqui; eu não consegui chegar perto dela, eu não consegui ver se ela estava respirando"Khauany BittencourtEstudante de Direito e filha da vítima
A jovem contou que, naquele momento, não conseguia avaliar se Rayana ainda respirava e entrou em desespero ao perceber que estava sozinha dentro da casa com o agressor e a criança. Desesperada, a jovem correu para a rua em busca de ajuda.
"Eu saí correndo, eu tentei bater em todos os portões, mas ninguém me atendia, ninguém me atendia".
Rayana ainda chegou a sair do imóvel para pedir socorro. Segundo a família, ela bateu no portão de uma vizinha antes de cair. A administradora foi socorrida pelo Samu e levada à UPA de Castelândia, mas não resistiu aos ferimentos.
Fonte: A Gazeta

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