Plataforma de previsões que aposta em resultados de eventos do futuro catapulta carreira de ex-bailarina — e levanta debate sobre mercados de aposta regulados

Aos 29 anos, a brasileira Luana Lopes Lara se tornou a mais jovem pessoa do mundo a construir sua própria fortuna bilionária — sem herança familiar. A marca veio depois que a startup que ela cofundou, Kalshi, foi avaliada em US$ 11 bilhões após uma rodada de investimentos.
🔎 O que é a Kalshi e como funciona
A Kalshi é uma plataforma de “mercado de previsões” destinada a permitir que usuários negociem contratos baseados em eventos futuros — e não em ações ou ativos tradicionais.
Nela, é possível “apostar” em resultados como: indicadores econômicos (inflação, desemprego), dados políticos, clima, esportes, cultura pop e outros eventos.
Esses contratos funcionam de modo direto: o investidor compra uma opção “sim” ou “não” para um evento — se o evento ocorrer, o contrato rende normalmente; caso contrário, perde-se o valor.
O preço dos contratos reflete a probabilidade atribuída pelo mercado ao desfecho do evento — transformando expectativas em valor monetário.
Em sua prática, a Kalshi mistura características de bolsa de valores, mercado de derivativos e casas de aposta — com a diferença de que todos os contratos são regulados por órgãos financeiros nos Estados Unidos, o que dá à plataforma um caráter formal de “exchange de eventos”.
Luana estudou balé na infância/adolescência, na Escola de Teatro Bolshoi no Brasil, e chegou a atuar como bailarina profissional na Áustria.
Em seguida, decidiu mudar de carreira: mudou-se para os Estados Unidos, estudou Ciência da Computação no Massachusetts Institute of Technology (MIT), e fez estágios em instituições financeiras antes de fundar a Kalshi.
Em 2018, ela e seu sócio Tarek Mansour criaram a Kalshi com a proposta de permitir a negociação direta de apostas em eventos futuros — uma ideia inovadora que se transformou em um negócio bilionário
📈 O crescimento da startup e o marco bilionário
Em 2025, a Kalshi concluiu uma rodada de investimentos de US$ 1 bilhão, o que elevou seu valor de mercado a US$ 11 bilhões.
Com isso, Luana e Tarek — que têm participação estimada em cerca de 12% cada — passaram a ter seu patrimônio pessoal avaliado em aproximadamente US$ 1,3 bilhão.
A empresa, regulamentada pelos EUA, obteve aprovação legal para operar mercados de contratos de eventos, o que a diferencia de concorrentes que atuam sem supervisão financeira.
🗣️ Significado e polêmica da plataforma
A Kalshi representa uma inovação no mundo financeiro ao transformar previsões sobre o futuro — econômicas, políticas, sociais ou culturais — em contratos negociáveis. Isso cria um novo tipo de mercado que mistura investimento, especulação e aposta.
Por outro lado, o modelo levanta debates sobre ética, regulamentação e risco, já que contratos baseados em eventos futuros se aproximam da lógica de apostas, embora operem sob forma de derivativos e com supervisão legal. Alguns estados nos EUA têm questionado contratos esportivos da Kalshi, por exemplo.
Para Luana e seus investidores, porém, a visão é clara: construir uma “bolsa global de eventos” regulada, oferecendo uma nova ferramenta de previsão de risco e oportunidades — distinta da especulação informal.
Da redação com informações do G1


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