Filha de abusador em série ligado à Igreja descreve choque ao descobrir crimes do pai

 Em entrevista à BBC, mulher relata a devastação emocional após saber que o próprio pai, um advogado envolvido em atividades religiosas, abusou de mais de 130 crianças e jovens.

'Peço desculpas em nome do meu pai', diz filha do agressor — Foto: BBC

Uma britânica relatou à BBC o impacto profundo ao descobrir que seu pai, um advogado associado a atividades religiosas ligadas à Igreja da Inglaterra, foi responsável por abusar de mais de 130 meninos e jovens ao longo de anos — um dos casos mais graves de agressão infantil associados à instituição. 

Segundo o relato, a revelação dos crimes — que vieram à tona por meio de investigações e um documentário — trouxe à tona um sentimento de descrença e sofrimento para ela e outros familiares, que passaram a enfrentar a realidade dos atos cometidos em um contexto que antes parecia normal. 

O homem, identificado como John Smyth QC em reportagens internacionais, teria abusado fisicamente, psicologicamente e sexualmente de jovens principalmente em ambientes de acampamentos cristãos e encontros de disciplina religiosa nas décadas de 1970 e 1980.

Relatórios independentes sobre o caso concluíram que a Igreja da Inglaterra não agiu de forma suficiente quando surgiram as primeiras denúncias, atrasando a investigação e permitindo que os abusos continuassem por longos períodos. 

Smyth, que morreu em 2018 sem ter sido responsabilizado judicialmente pelos crimes, permanece no centro de um debate sobre as falhas institucionais na proteção de crianças e jovens dentro de organizações religiosas. 

A filha afirmou que viver com o conhecimento dessa história familiar foi “horrível”, destacando os efeitos duradouros dos abusos tanto para as vítimas quanto para aqueles próximos ao agressor ao desvendar a verdade.
Da redação com informações da BBC



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