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| Unimed: Cooperativa não diz como vai pagar dívida de R$ 2 bilhões com a rede e hospitais e clínicas ameaçam paralisar atendimento — Foto: Reprodução |
Hospitais e clínicas do Rio de Janeiro votarão no dia 6 de janeiro se irão ou não paralisar o atendimento aos usuários da Unimed Ferj, que desde novembro tem sua clientela gerida pela Unimed Brasil. O edital de convocação da assembleia geral está em elaboração e será publicado até o fim desta semana. A decisão foi tomada em reunião realizada nesta terça-feira, convocada pela Federação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (FEHERJ) e pela Associação de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro (AHERJ), para definir a estratégia diante da dívida estimada em cerca de R$ 2 bilhões da cooperativa com os prestadores de serviço. Segundo as entidades, desde que a Unimed Brasil assumiu a carteira não houve qualquer contato, nem da nova gestora nem da própria Ferj, para tratar do pagamento dos débitos acumulados.
— Não há qualquer interlocução efetiva por parte da Unimed Ferj ou da Unimed Brasil , nem posicionamentos claros sobre encaminhamentos ou soluções. A própria ANS limita sua atuação à garantia do atendimento ao usuário, sem assumir um papel de mediação do impasse financeiro. O que os hospitais cobram é transparência, retorno institucional e uma definição objetiva sobre como e quando esses valores serão regularizados — afirma Guilherme Jaccoud, presidente da FEHERJ.
Marcus Quintella, presidente da AHERJ, diz que os hospitais enfrentam hoje uma situação financeira crítica:
— Depois de anos “queimando gordura”, não há mais margem para sustentar um sistema que presta serviço sem receber. O retorno é baixo, o custo é alto. Os hospitais não querem confronto com as operadoras; querem diálogo, uma solução concreta para receber pelo serviço já prestado.
As entidades também apontam a dificuldade de executar judicialmente as dívidas, além da recorrente reversão, pela Justiça, das decisões de interrupção de atendimento.
O fato é que, nesse impasse que já dura quase uma década entre a Unimed e os prestadores — o primeiro Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado em 2016 —, a maior conta recai sobre o consumidor. Apesar de manterem as mensalidades em dia, sob o risco de cancelamento do plano, os usuários da Unimed enfrentam, cada vez mais, dificuldades para acessar atendimento. Caso a assembleia de janeiro delibere pela suspensão dos serviços, esse cenário tende a se agravar.
Desde a realização do acordo com a Unimed Brasil, o atendimento oncológico, que chegou a ser interrompido, provocando grave crise, foi retomado, assim como outros serviços e foram firmadas novas parcerias para atendimento em rede da Amil e da Dasa. A tensão, no entanto, não se dissipou diante da ameaça permanente de novas paralisações por parte da rede credenciada.
Fonte: O Globo

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