Presidente da Alerj é suspeito de vazar informações para proteger o ex-deputado estadual preso sob acusação de conexão com o Comando Vermelho
O presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil) Foto: Divulgação
O presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), o deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil), foi preso na manhã desta quarta-feira, 3, durante a Operação Unha e Carne da Polícia Federal. Ele é suspeito de ter vazado informações sigilosas da Operação Zargun, deflagrada em setembro na qual o então deputado estadual TH Joais foi preso.
Segundo a corporação, os agentes cumprem um mandado de prisão e oito de busca e apreensão, além de um mandado de intimação para cumprimento de medidas cautelares diversas da detenção, expedidos pelo STF.
A ação se insere no contexto da decisão do STF no âmbito do julgamento da ADF das Favelas, que, dentre outra providências, determinou que a Polícia Federal realizasse investigações a respeito da atuação dos principais grupos criminosos violentos em atividade no Rio de Janeiro e sua conexões com agentes públicos.
À IstoÉ, a Alerj informou que ainda não foi notificada oficialmente sobre o ocorrido e, assim que tiver acesso a todas as informações, “irá tomar as medidas cabíveis”.
Prisão de TH Joias
O deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como “TH Joias”, foi preso pela PF no dia 3 de setembro acusado de tráfico de drogas e venda de armas e equipamentos antidrone para o CV (Comando Vermelho), conforme denúncia do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).
Famoso por ter peças de joias usadas por jogadores de futebol e personalidades famosas como Neymar, Vini Jr., MC Poze do Rodo e Ludmilla, TH Joias aprendeu a trabalhar como ourives com seu pai e herdou o negócio da família. O político administrava uma loja em Madureira, na zona norte do Rio de Janeiro.
Ao longo dos anos, com recursos próprios, o deputado estadual apoiou projetos nas favelas da capital fluminense. TH Joias financiava atletas e músicos das comunidades antes de entrar na política.
O parlamentar alega que decidiu se candidatar à Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) por conta de suas próprias experiências nas comunidades e nas “dificuldades de acesso a políticas públicas”.
Candidato nas eleições de 2022 pelo MDB, TH Joias recebeu 15.105 votos, sendo eleito suplente. O deputado conseguiu uma vaga na Alerj em 2024, após o falecimento de Otoni de Paula.
O político já havia sido preso em ações da Polícia Civil entre 2017 e 2018 por suspeita de envolvimento com o tráfico.
A Procuradoria-Geral de Justiça do MP-RJ denunciou TH Joais e outras quatro pessoas pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito.
De acordo com a denúncia do MPRJ, o grupo é acusado de intermediar a compra e venda de drogas, armas e equipamentos antidrones para o Comando Vermelho, nos Complexos da Maré e do Alemão e na comunidade de Parada de Lucas. Além disso, os investigados teriam movimentado grandes somas em espécie para financiar as atividades da facção.
Ainda segundo o MPTJ, TH Joias é acusado de utilizar o mandato para favorecer a organização criminosa, “inclusive nomeando comparsas para cargos na Alerj”.
Ele também é investigado por intermediar diretamente a compra e a venda de drogas, armas de fogo, aparelhos antidrones e realizar pagamentos a integrantes do Comando Vermelho.
Conforme a Procuradoria-Geral de Justiça, um dos denunciados ocupava o cargo de assessor parlamentar de TH Joias como forma de encobrir as atividades ilícitas.
Fonte: O Dia



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