Crime aconteceu em Magé, na Baixada Fluminense. Vítima e suspeito disputaram votos na última eleição
Silmar Braga foi morto a tiros em Magé — Foto: Reprodução InstagramUm rompimento entre dois aliados, seguida de uma disputa de espaço política em um bairro, é a principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) para apurar o assassinato do vereador Silmar Braga(PP), ocorrida no dia 20 de janeiro, em Magé. Nesta segunda-feira, policiais da especializada prenderam Mário Jorge Soares Gentil, suplente de vereador(Solidariedade). Ele é apontado pelo delegado Renato Martins, da DHBF, como suspeito de ser o mandante da morte do parlamentar.
Mário Gentil foi detido pelos agentes, em Duque de Caxias. Ele estava com a prisão temporária(de 30 dias) decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). O suspeito não herdaria a vaga da vítima na Câmara de Vereadores de Magé, por ser de um partido diferente. Apesar disto, a polícia trabalha com a hipótese de que crime esteja ligado a disputa de votos no bairro Jardim Nova Marília, em Magé. Na última eleição, Silmar conseguiu ser eleito para o quarto mandato consecutivo e tinha a localidade onde morava com principal ponto de concentração de eleitores. Já Gentil perdeu a vaga na casa legislativa por cerca de 15 votos.
— A motivação é bem evidente para nós. Há quatro anos, eles chegaram a ser aliados, mas romperam. Silmar morava no bairro e era muito conhecido lá. Gentil chegou bem depois. Eles disputavam votos, e na época da última eleição, houve animosidade entre os dois. Chegou até a ocorrer atrito entre cabos eleitorais de ambos os lados. O homicídio está ligado a isso. A tirar de circulação alguém que incomodava em termos políticos eleitorais — explicou o delegado.
Mário Gentil ao chegar preso na DHBF — Foto: ReproduçãoA DHBF já identificou um homem suspeito de ser o executor do crime. Ele não teve o nome divulgado para não prejudicar o andamento das investigações. Em novembro, os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa do suplente de vereador. Na ocasião, os policiais apreenderam sete armas registradas, documentos, rádios de comunicação, um notebook e uma máquina de contar dinheiro.
Segundo a polícia, a prisão do suplente é fruto de uma investigação de 11 meses. Silmar Braga tinha 50 anos. Ele foi atingido por seis tiros disparados de um revólver calibre 38. O político chegou a ser levado para o Hospital Municipal de Magé, mas não resistiu aos ferimentos.
Procurada, a Câmara de Vereadores de Magé informou que confia no trabalho das autoridades competentes para apurar o caso. Abaixo, a íntegra da nota enviada.
"A Câmara Municipal de Vereadores de Magé informa que tomou conhecimento, por meio dos canais oficiais, da prisão do suplente de vereador Mário Gentil, no âmbito das investigações relacionadas à morte do vereador Silmar Braga.
A Casa Legislativa reafirma seu respeito às instituições responsáveis pela apuração dos fatos e confia no trabalho das autoridades competentes, destacando a importância do devido processo legal, da ampla defesa e da presunção de inocência, princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito.
A Câmara reforça que acompanha atentamente o andamento das investigações, colocando-se à disposição para colaborar com tudo o que for necessário dentro de suas atribuições institucionais.
Por fim, a Câmara Municipal de Magé repudia qualquer forma de violência e reafirma seu compromisso com a defesa da vida, da democracia e do pleno funcionamento das instituições públicas."
Fonte: extra.com

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