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Hidrelétrica de Belo Monte no Pará |
Um linhão de
transmissão que levará do Norte ao Sudeste a energia da hidrelétrica de Belo
Monte foi alvo de atos de vandalismo, que derrubaram torres da estrutura.
Mas o incidente não impactará o cronograma do empreendimento,
que está em fase de testes, disse à Reuters a chinesa State Grid, responsável
pelo projeto.
Com mais de 2,5 mil quilômetros de extensão, a linha teve um
total de cinco torres derrubadas entre quinta e sexta-feira na região de
Paracatu, em Minas Gerais, mas equipes de manutenção já foram acionadas, assim
como as autoridades locais, chamadas para investigar o ocorrido, segundo a
State Grid.
O incidente acontece em momento crucial para o empreendimento,
orçado em 8,77 bilhões de reais, que já recebeu licença ambiental de operação e
está finalizando testes para entrada em operação comercial.
Belo Monte, no Pará, uma das maiores hidrelétricas do mundo, já
conta com um linhão em operação, que vai até Minas Gerais e foi construído pela
State Grid em parceria com Furnas e Eletronorte, subsidiárias da estatal
Eletrobras. Mas o segundo linhão é fundamental para evitar restrições à
produção da usina, cujas obras devem ser concluídas ainda em 2019.
A State Grid, inclusive, comprometeu-se a antecipar a entrega do
empreendimento, que originalmente estava previsto para dezembro.
“Não impacta absolutamente nada, continuam os testes”, afirmou
um porta-voz da State Grid à Reuters, acrescentando que foram feitas adaptações
para possibilitar o andamento dos trabalhos enquanto as torres não são
reerguidas.
Imagens vistas pela Reuters, que circulam pelo WhatsApp, mostram
torres caídas ao chão e as bases das estruturas, onde aparentemente cabos de
sustentação foram cortados.
A State Grid atribuiu a queda das torres a “atos de vandalismo”
e disse esperar que as autoridades possam identificar os responsáveis.
Mais cedo neste ano, em janeiro, houve registro da queda de três
torres em Catalão, Goiás, que pertenciam ao primeiro linhão de transmissão de
Belo Monte, já operacional, após relatos de “vendaval” na região.
Na ocasião, a State Grid atribuiu o incidente ao “forte vento” e
ao “mau tempo” e realizou reparos para retomar a operação do empreendimento.
O primeiro linhão, com mais de 2 mil quilômetros em extensão,
recebeu investimentos de cerca de 5 bilhões de reais e foi inaugurado em
dezembro de 2017.
Tanto a primeira quanto a segunda linha utilizam tecnologia de
corrente contínua em ultra-alta tensão (800 kilovolts), o que reduz perdas de
energia no longo trajeto entre a hidrelétrica e a região Sudeste, onde se
concentra o consumo no país.
Fonte:
Jornal Extra