Levantamento feito pelo
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) mostra que as profissões
ligadas à tecnologia estarão entre as mais promissoras, pelo menos nos próximos
cinco anos. No período, ocupações que têm a tecnologia como base não só
motivarão a abertura de novos postos de trabalho como exigirão a requalificação
de parte da mão de obra hoje disponível.
Realizado para
subsidiar a oferta de cursos da instituição, o Mapa do Trabalho Industrial
indica que, até 2023, o Brasil terá de qualificar 10,5 milhões de trabalhadores
em ocupações industriais para fazer frente às mudanças tecnológicas e à
automação dos processos de produção.
Segundo o Senai, a
demanda por profissionais qualificados dos níveis superior e técnico deverá
criar vagas de trabalho para trabalhadores qualificados a exercer funções pouco
lembradas há algum tempo. É o caso de ocupações como condutores de processos
robotizados, cujo número de vagas a entidade calcula que aumentará 22% - contra
um crescimento médio projetado para outras ocupações industriais da ordem de
8,5% no mesmo período.
Além dos condutores de
processos robotizados, as maiores taxas de crescimento do nível de ocupação
deverão ocorrer entre pesquisadores de engenharia e tecnologia (aumento de
17,9%); engenheiros de controle e automação, engenheiros mecatrônicos e afins
(14,2%); diretores de serviços de informática (13,8%) e operadores de máquinas
de usinagem CNC (13,6%).
Divulgado ontem (12), o
Mapa do Trabalho 2019-2023 mostra que, entre as áreas que mais vão demandar
formação profissional estão a metalmecânica (1,6 milhão vagas), construção (1,3
milhão), logística e transporte (1,2 milhão), alimentícia (754 mil),
informática (528 mil), eletroeletrônica (405 mil), energia e telecomunicações
(359 mil).
O topo do ranking por
área, no entanto, deverá ser liderado pelas chamadas ocupações transversais,
compreendidas como aquelas cujos profissionais estão aptos a trabalhar em
qualquer segmento, como pesquisadores e desenvolvimento, técnicos de controle
da produção e desenhistas industriais. Neste segmento, o Senai estima a criação
de 1,7 milhão de vagas nos próximos cinco anos. Técnicos de controle de
produção; de planejamento e controle de produção; em eletrônica; eletricidade e
eletrotécnica e em operação e monitoração de computadores estão entre as 20
ocupações transversais que mais exigirão formação entre 2019 e 2023.
A demanda por
qualificação prevista inclui o aperfeiçoamento de trabalhadores que já estão
empregados e, em parcela menor (22%), aqueles que precisam de capacitação para
ingressar no mercado de trabalho. Essa formação inicial inclui a reposição em
vagas já existentes e que se tornam disponíveis devido à aposentadoria, entre
outras razões.
O Mapa ainda indica que
os profissionais com formação técnica terão mais oportunidades na área de
logística e transporte, que exigirá a capacitação de 495.161 trabalhadores. A
metalmecânica precisará qualificar 217.703 pessoas. De acordo com especialistas
responsáveis pela elaboração do estudo, a área de logística destaca-se, entre
outros fatores, pela necessidade de aumentar a produtividade por meio da
melhoria dos processos logísticos.
O Mapa do Trabalho
Industrial é elaborado a partir de cenários sobre o comportamento da economia
brasileira e dos seus setores, projetando o impacto sobre o mercado de trabalho
e estimando a demanda por formação profissional com base industrial (formação
inicial e continuada), e serve como parâmetro para o planejamento da oferta de
cursos do Senai.
Fonte:
Agência Brasil