O Espírito Santo está
entre os 11 estados que podem ter surto de dengue em 2020. Segundo o Ministério
da Saúde, a localidade está em alerta para a circulação do vírus tipo 2, o qual
boa parte da população nunca teve contato. O coordenador de Vigilância
Ambiental da Secretaria de Saúde do Espírito Santo, Roberto Laperriere, alerta
pois como o estado não teve epidemias desse tipo da doença no ano passado, esse
fator pode aumentar o risco de mais pessoas serem infectadas.
“Se os municípios não
fizerem um trabalho adequado de eliminação de criadouros, de controle do vetor,
eles podem ter, nesse próximo período epidêmico, que se iniciou em novembro do
ano passado e vai até meados de abril, maio, uma elevação no número de casos do
sorotipo 2 de dengue.”
Além do Espírito
Santo, o Rio de Janeiro e os nove estados da região Nordeste também estão na
lista de áreas de risco que podem enfrentar surto do tipo 2 do vírus que causa
a dengue.
Ao ser infectada por
um sorotipo de dengue, a pessoa se torna imune a ele. O pesquisador da Fiocruz
Brasília Claudio Maierovitch explica, no entanto, que se houver nova infecção
da doença por outro sorotipo, os sintomas podem ser mais graves que na primeira
vez.
“Se uma pessoa tem a
doença por um dos tipos, ela só fica imune, só fica com defesa contra esse tipo
específico, de forma que cada pessoa pode ter, ao longo da sua vida, até quatro
infecções por dengue, ou seja, uma por cada um dos sorotipos.”
Só em 2019, foram
registrados no Espírito Santo mais de 79 mil notificações de dengue, com 43
mortes. Houve ainda 2,9 mil casos de chikungunya e 1,2 mil de zika. Este ano,
até 18 de janeiro, já foram notificados 2,4 mil casos de dengue no estado,
segundo as autoridades locais de saúde.
Os municípios de
Barra de São Francisco e Pedro Canário, que estiveram em situação de risco no
último ano, e outras 33 localidades, incluindo Linhares, Serra e Vitória, devem
ter atenção redobrada.
No Brasil, foram
notificados mais de um milhão e meio de casos prováveis de dengue em 2019. Por
isso, a luta contra o mosquito não pode parar. Cada pessoa deve se tornar um
fiscal para eliminar focos com água parada e impedir que o mosquito se
prolifere.
Fonte: Agência do Rádio Mais